“Luz dos Meus Olhos”

O carioca morador de Porto Alegre – RS, Celso Sisto é o escritor e também o ilustrador de “Luz dos Meus Olhos”, publicado em 2017 pela Editora do Brasil. Tive a oportunidade de conhecer a obra em uma formação com o próprio autor, na cidade de Curitiba – PR.

Mas, voltemos à obra de Celso Sisto. “Luz dos Meus Olhos”, conta a história de um pai e sua filha, de maneira bela e surpreendente, pois há algo especial que só se revela no decorrer do texto. Há ainda, a presença da mãe, que é o fio condutor da narrativa, à medida que é a escriba da filha que ainda é pequena e sabe que a mãe escreve mais rápido que ela. O autor, indiretamente viveu essa experiência e, o ouvindo emocionado contando a história (e também a história da história) só me fez ter uma certeza: eu precisava TER aquele livro, mas infelizmente não consegui adquirir no evento em Curitiba, porque muita gente teve a mesma ideia. Então, assim que voltei a Joinville, tratei logo de encomendar a obra.

A ficha catalográfica nos diz que “Luz dos Meus Olhos” é uma obra de literatura infantojuvenil, mas sinceramente, eu afirmo que trata-se de uma obra para qualquer leitor (ou ouvinte), com um mínimo de sensibilidade. Não raro, fiquei comovida ao ler e reler a história nos lugares onde fazia contação de histórias ou mediação de leitura. Também, não raro, pude ver pares de olhos marejados enquanto ouviam a história.

A ilustração, é outro artigo de luxo! O próprio escritor, formado também em Artes Visuais, ilustrou o texto com muito zelo. A ideia, segundo o escritor/ilustrador, foi utilizar as cores, brincando com as sensações visuais e vai modificando as cores, tanto do fundo da imagem como nas imagens em si, a cada página para que o leitor possa ter noção da percepção de luz e sombra que tem o protagonista da história. Sobre as ilustrações, Celso explica: “Usei tinta acrílica quase seca (que dá um efeito de giz pastel), canetas gel e quase sempre um detalhe de colagem.”

Se você pinta, desenha ou tem alguma intimidade com as artes visuais, certamente já ficou curioso/curiosa para conhecer as ilustrações, se não tem nenhuma intimidade com as artes visuais, assim como eu, vai entender melhor depois de ver a obra. É um primor! Confesso que, aqui em Joinville, não foi fácil adquirir o livro, tendo sido necessário encomendar em uma livraria e ela infelizmente, não consta no acervo da Biblioteca Pública (de Joinville), mas vale a pena encomendar, assim como vale a pena contatar o autor pelas redes sociais, para conversar e conhecer um pouco mais esta e outras de suas obras.

Tenho certeza de que “Luz dos Meus Olhos”, vai cativar você e prender sua atenção da primeira à última página. Recomendo para sensíveis leitores!

Autor: Celso Sisto. Fonte: Redes Sociais.

Contate o autor: facebook.com/celso.sisto

Doses de história: Casa Krüger

Foto da capa: Arquivo Histórico de Joinville/SC.


Situada na Estrada Dona Francisca, nº 14.530 no distrito de Pirabeiraba – Joinville/SC, a primeira edificação que mais tarde ficou conhecida como Casa Krüger, foi construída  entre os anos de 1890 e 1900, em cima de um pequeno morro, sob a técnica do enxaimel. A morada foi residência do senhor Robert Krüger e Frida Meier,  e do casamento nasceram os filhos Paulo Guilherme Alfredo Krüger e Anita Krüger. Após a morte do marido em 1912, Frida casou-se novamente com o Sr. Paulo Aberto Schwebs, com quem teve um filho,  Arthur Schwebs.

Foto Família Schwebs-Krüger. Fonte: Site “Cortina do Passado”.

Em 1925 a casa passou por um processo de ampliação como consta no artigo Casa Krüger: reflexões sobre um patrimônio histórico edificado (2018, p. 30): “Em 1925 a casa foi ampliada: a edificação em técnica construtiva enxaimel foi desmontada e remontada na nova construção, e foi salva a estrutura de madeira, parte antiga da casa, que hoje está identificada como a cozinha e a área de serviço. A técnica construtiva da parte frontal, erigida em 1925, é a de tijolos autoportantes e alvenaria rebocada”.

Quem já teve a oportunidade de visitar o local, pode constatar que a construção possui seis afrescos nas paredes externas da varanda, deteriorados pela umidade e ação do tempo. O mesmo artigo (2018, p. 31),  também traz algumas informações que ajudam a explicar o estado das pinturas:  “Duas enchentes atingiram o patrimônio e provocaram-lhe prejuízos, uma em 1972 e outra em 1995. A segunda trouxe muitos problemas para a casa, inclusive a degradação das pinturas em afrescos da varanda, por conta da limpeza”.  Segundo a historiadora e especialista em restauro e conservação Dietlinde Clara Rothert, os afrescos foram realizados pelo artista Stock Marquardt, conforme relatos da última moradora do imóvel, a senhora Wally Krüger. 


Em 1996 o imóvel foi tombado como patrimônio histórico estadual pelo Decreto n.º 1.224 de 30 de setembro de 1996, e comprado pela Prefeitura Municipal de Joinville no ano 2000, quando restaurado com recursos do IPHAN em parceria com a prefeitura.  Após o tombamento federal em 2007, passou a integrar a lista de bens tombados pelo Iphan e o projeto Roteiros Nacionais de Imigração em Santa Catarina. Para acessar o material produzido pelo Iphan, clique Aqui.

Segundo o artigo  Portal do Turismo Ecorural de Joinville Casa Krüger: Articulações entre Patrimônio e Turismo (2017): “Na ocasião de seu restauro, em 2000, a casa foi adaptada para ser um Portal Turístico Rural. A casa apresenta um pavilhão com sótão, de edificação teuto-brasileira, destacando-se pelo projeto arquitetônico, riqueza volumétrica, detalhes decorativos com pinturas do tipo estêncil nas paredes internas e afrescos nas paredes externas”

Em dezembro de 2018, o acesso do público à casa foi fechado, conforme consta em matéria do jornal NSCtotal, publicada por Saavedra em 06/12/18, a alegação da prefeitura de Joinville foi a falta de funcionários para manter a estrutura em funcionamento. Atualmente o imóvel ainda permanece fechado e sem as devidas reformas. 

Ao lado da Casa Krüger, existe um galpão (antigo rancho da família, reconstruído em 2002), onde ocorre a comercialização de produtos artesanais pela AJAAR – Associação Joinvilense de Agroindústrias Artesanais Rurais. Ali é possível encontrar artesanatos e alimentos orgânicos como doces, cucas, queijos, salames e etc, produzido por agricultores da região,  por meio da agricultura familiar. A feira acontece todos os sábados e domingos das 08h às 17h.


Referências bibliográficas

DALONSO, da Silva Yoná; DALONSO, Fernanda. Portal do Turismo Ecorural de Joinville Casa Krüger: Articulações entre Patrimônio e Turismo. 2017. Disponível em: http://each.usp.br/turismo/publicacoesdeturismo/ref.php?id=26228. Acesso em: 25  maio 2021.

DALONSO, Fernanda; CARELLI, Mariluci Neis; BANDEIRA, Dione da Rocha. Casa Krüger: reflexões sobre um patrimônio histórico edificado. 2018. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/6759468.pdf. Acesso em: 28 maio 2021.

Ipatrimônio.org. Acesso em: 28 maio 2021. http://www.ipatrimonio.org/joinville-casa-de-wally-kruger/#!/map=38329&loc=-26.202941000000024,-48.914409000000006,17

HINSCHING, Fernando G. Casa Küger – Joinville. 2019. Disponível em: https://hinsching.wordpress.com/2019/03/20/casa-kruger-joinville/. Acesso em: 29 maio 2021.

SAAVEDRA, Jefferson. Portal do ecoturismo de Joinville, Casa Krüeger será fechada. 2018. Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/colunistas/saavedra/portal-do-ecoturismo-de-joinville-casa-krueger-sera-fechada. Acesso em: 31 maio 2021.

Tecelagem contemporânea: artista Scheila Laís Eggert fala dos desafios de viver de arte

Fotografia: Mariane Unlauf Fotografia

Moro em Joinville/SC, mas sinto que aqui meu trabalho é pouco valorizado. Quando envio minhas peças para outros estados, ou até mesmo outros países, percebo um público e uma aceitação muito diferente.  Scheila Laís Eggert, Artista Visual.

A artista visual Scheila Laís Eggert, vem ganhando destaque nas redes sociais e até mesmo em matérias produzidas para mídia impressa, como a revista Casa e Jardim (ed Mai/21), desde que decidiu empreender e mergulhar de cabeça no projeto Fiöm Ateliê. Scheila conheceu a tecelagem durante a graduação em Artes Visuais, na Universidade da Região de Joinville – Univille, e depois foi aperfeiçoar seu trabalho nas aulas de tapeçaria e tecelagem da “Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior”.

Filha de Nelson e Lori Eggert, natural da cidade de Jaraguá do Sul/SC, a artista veio para Joinville/SC para cursar a faculdade de artes, concluída em 2019. Acabou ficando, e descobrindo aqui a paixão pelo tear. Impulsionada pela pandemia e a necessidade de complementar o orçamento doméstico, começou a produzir algumas peças para venda, e aos poucos seu trabalho foi ganhando novas formas, cores e volumes. 

Atualmente ela tem conquistado o público jovem e enviado suas peças para capitais como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, que segundo a artista, “gosta e valoriza uma produção manual, que carrega conceitos e significados”. Em sua poética busca ressignificar a tecelagem e argumenta: “Percebo que a arte têxtil não tem um lugar dentro das artes visuais, ela acaba não sendo muito bem vista. Acaba ficando numa espécie de limbo, não é considerada artesanato, mas também não é  vista como arte. Por isso quero explorar a tecelagem em seu potencial artístico”.

Nesta entrevista, Scheila apresenta seu projeto e revela alguns anseios em relação à carreira, mercado, ser mulher empreendedora e viver de sua própria arte.

Arte na Cuca: Como surgiu o seu interesse pela tecelagem?

Sheila: Meu primeiro contato com a tecelagem foi em 2019, no último ano da graduação em licenciatura em artes visuais. Foi amor à primeira vista, quando vi o tear, me encontrei.  Na universidade aprendi o básico, depois ingressei no curso de tapeçaria e tecelagem da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, e tive aulas com a professora Luciane Sell da Silva. Lá compreendi melhor a técnica, e no momento venho adaptando e tentando me encontrar dentro desta linguagem e da arte contemporânea.

Arte na Cuca: Sua tapeçaria é desenvolvida sob a linguagem e técnicas contemporâneas, com fios soltos e volumosos, movimentos e cor. De que forma acontece o processo de criação das peças?

Sheila: Eu começo um trabalho pelo desenho, mas acho difícil seguir a ficha técnica, porque acabo  seguindo muito a minha intuição, vai acontecendo e aí a produção acontece no processo. Em alguns dias eu apenas sento em frente ao tear, e quero vivenciar a técnica. Acredito que está relacionado com minhas outras experiências, que de certa forma, dialogam com as artes visuais. Em Jaraguá do Sul/SC, eu havia feito o curso de Design e Produção de Moda (Instituto Federal Santa Catarina), e na graduação em artes, pude ter contato com a fotografia, além de ter feito fotografia na Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb). São três formações voltadas para área da criatividade, o que contribuiu muito para meu trabalho como artista visual. 

Arte na Cuca: Na página do Facebook da Fiõm Ateliê, você traz uma frase da artista Sheila Hicks (2015), conhecida por suas obras inovadoras e experimentais, e nos apresenta a reflexão:

“Eu sou lenta. Levo tempo para construir algo e um tempo longo para compreender o que eu fiz. Eu retorno repetidas vezes ao mesmo trabalho. Muitas versões se acumulam…eu reconsidero os quebra-cabeças visuais”.

Continuando você ainda escreve: “Ler sobre a minha artista têxtil favorita, é também me compreender! São tantas peças de incertezas e dúvidas, mas que com o tempo vão fazendo todo o sentido”. Hicks é uma artista que te inspira e te faz refletir sobre sua própria produção. Quais outros artistas te inspiram?  E de que forma você lida com as dúvidas acerca do seu trabalho?

Scheila: Ao longo deste meu caminho com a tapeçaria, acabei descobrindo vários artistas, mas existem três em particular, pelos quais me apaixonei. As artistas com quem mais me identifico são Sheila Hicks, Gunta Stölz e Anni Albers. Quando penso em artistas brasileiros, me inspiro em Norberto Nicola, que também tem um trabalho incrível.  Acho que ler sobre o artista, as experiências que teve e o que escreveu, me ajuda a entender meu próprio processo. Todos são incríveis, e espero um dia poder chegar onde eles chegaram.

Arte na Cuca: O foco da sua produção está na comercialização das peças. São trabalhos contemporâneos, que exploram a potência da arte como objeto de desejo e seu valor comercial. Como você sabe que seu trabalho está pronto para venda?

Scheila: É uma questão muito difícil saber ao certo em que momento é preciso parar. Confesso que tenho alguma dificuldade para entender este tempo, mas no meu trabalho isso também acaba sendo algo intuitivo, dá para sentir. Sobre o foco ser comercial, realmente estou produzindo algo mais comercial, pensando em viver da minha arte.

Arte na Cuca: Mesmo sua produção sendo recente, já pensou em participar de exposições de arte em instituições culturais, como museus e galerias?

Sheila: No começo meus trabalhos eram ainda mais comerciais. As cores, formas, não tinha nada a ver comigo. Com o tempo fui me encontrando. No momento ainda pretendo seguir com a produção comercial, mas sim, tenho a intenção de futuramente buscar o caminho das exposições de arte. Estou estudando as possibilidades.

Arte na Cuca: As suas peças estão disponíveis na loja online da Fiõm Ateliê. O que te motivou a empreender no campo da arte?

Sheila: Concluí a graduação em Licenciatura em Artes Visuais no final de 2019, e no início de 2020 até cheguei a procurar emprego na área da educação, mas acabou não surgindo oportunidade. Então decidi investir na minha produção artística, exclusivamente na tapeçaria, que já era uma paixão. Acho que ter criado um site, acabou facilitando na divulgação do meu trabalho, assim como nas redes sociais.Essas ferramentas digitais são também uma forma de compartilhar todo meu processo e acabaram sendo muito úteis neste momento de pandemia, em que muitos artistas e a população em geral, está enfrentando grandes dificuldades e falta de emprego e renda. 

Arte na Cuca: Suas peças são produzidas em que tipo de tear? Em suas redes sociais, li a respeito de trabalhos feitos de maneira totalmente manual. Como funciona esta técnica?

Sheila: Trabalho com o tear de Pente Liço e além dele, utilizo telas para bordados em lã, que tem um processo de produção ainda mais artesanal. Estou produzindo peças que misturam o bordado de tapeçaria clássico, como num resgate das memórias de avós, mães e filhas, que aprenderam a técnica umas com as outras, e tentar elaborar algo com técnicas mais contemporâneas. Para isso, eu mesma faço os desenhos na tela e vou trabalhando as cores e os fios.

Arte na Cuca: A tecelagem é uma linguagem que exige do artista muito tempo, dedicação e certo domínio da técnica. Estes são uns dos motivos que tornam o custo final dos produtos, pouco acessíveis ao grande público. Como você entende a questão da precificação no campo das artes visuais?

Sheila: Eu demorei um tempo para entender esta questão da precificação. Mas meu trabalho tem sido minha fonte de renda, principalmente na pandemia. Vivo da minha produção e por ser algo muito manual, que demanda tempo e dedicação, precisei aprender a cobrar por ele. Chega a ser engraçado pensar o quanto a gente se questiona: será que meu trabalho vale mesmo tudo isso? Por ser artista mulher, em início de carreira. São muitas questões. Mas tenho encarado minha produção artística como uma empresa, fiz toda a contabilidade, faço a divulgação, venda e tudo o que for necessário.

Arte na Cuca: Que conselho você daria para quem é artista empreendedor e quer comercializar seus trabalhos artísticos?

Sheila: Diria que não é algo fácil, precisa acreditar e se dedicar muito. Principalmente acreditar no seu próprio potencial. Estou me conhecendo, acreditando na minha marca e no meu projeto. Minha dica é, disponibilize seu trabalho online e mostre para todo mundo ver, tenha coragem de mostrar para o mundo. Também mostre quem você é, o público precisa se conectar com você.

Arte na Cuca: Onde você espera que seu trabalho e suas peças estejam, daqui a dez anos?

Scheila: Eu sonho muito! Quero muito poder ter um espaço fixo como uma galeria,  para expor minha arte. Poder explorar a tapeçaria tanto de forma comercial, como também em propostas mais artísticas, além claro, de ter um ateliê maior, porque no momento meu local de trabalho é um quarto no meu apartamento.

“A arte têxtil está muito conectada com o saber feminino, e gosto de abordar este saber em minha poética. A gente acaba se deparando com pessoas que dizem: minha avó também fazia isso, eu também sei fazer. Este é um ponto que busco discutir em meus trabalhos,  provocar novos olhares para esta linguagem e também para essa separação sobre o que é arte e o que não é. Hoje em dia, separar as produções em caixinhas não faz mais tanto sentido”. Scheila Laís Eggert

Redes Sociais: @fiöm ateliê | Facebook Fiöm Ateliê | site Fiöm Ateliê

“Felicidade Clandestina”

Por Carol Spieker

A ucraniana Clarice Lispector é um ícone da Literatura Brasileira, pois, apesar da nacionalidade, mudou-se para o Brasil recém nascida e aqui viveu. Em 1944, já casada e formada em Direito, publicou seu primeiro livro “Perto do Coração Selvagem”, premiado pela Academia Brasileira de Letras, no ano seguinte.
O livro “Felicidade Clandestina”, foi originalmente publicado em 1971. Meu exemplar é de 1998 e é a primeira edição da Editora Rocco. Contendo 157 páginas, divididas em 25 contos, incluindo “Felicidade Clandestina”, que dá título à obra.


Neste exemplar, a escritora e jornalista Marina Colasanti, escreve as “orelhas’ do livro que servem de apresentação da obra, e afirma que Clarice não se prendia “à ditadura dos gêneros” e passeou elegante e fortemente por todos eles. O próprio texto “Felicidade Clandestina” chegou a ser publicado como crônica no Caderno B do Jornal do Brasil, jornal para o qual a escritora foi convidada a escrever semanalmente em 1967. Primeiramente, intimidou-se com o novo fazer literário, mas logo negou os padrões vigentes, como era sua marca registrada: “Vamos falar a verdade: isso não é crônica coisa nenhuma. Isso é apenas. Não entra em gêneros. Gêneros não me interessam mais.”
No livro “Felicidade Clandestina”, seus textos estão categorizados como contos. Por que ler “Felicidade Clandestina”? Por inúmeros motivos.

Primeiro por se tratar da boa literatura brasileira, escrita por uma mulher forte e inteligente. Depois, porque seus contos contidos nesse livro são atemporais, apesar de terem sido escritos em uma data cronológica demarcada pelo calendário. Recomendo a leitura ainda, para entrar em contato com uma linguagem muito própria da autora (embora atualmente na Internet, muitas frases sejam atribuídas à autora, às vezes frases que claramente ela não teria escrito, mas está aí o lado bom e o lado ruim da Internet, essa “terra de ninguém”).
Ainda sobre o livro, os textos “Felicidade Clandestina” e “Tentação” são meus preferidos. “Felicidade Clandestina”, porque não há a menor possibilidade de uma leitora, apaixonada por livros, ler esse texto e não criar uma imediata conexão com ele. A forma como Clarice narra a espera daquela menina pelo maravilhoso livro de Monteiro Lobato, “As Reinações de Narizinho”, é realmente de uma indescritível beleza.
“Tentação”, é a coisa mais delicada. A descrição do encontro do basset ruivo com a menina ruiva, sua outra metade no mundo, “um irmão em Grajaú”, é de uma beleza ímpar. E a separação? “Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás” É lindo!

De suas obras, “Felicidade Clandestina” é meu livro preferido da autora, com certeza.
Recomendo para jovens e experientes leitores!
Acesse algumas páginas do livro clicando AQUI.

Doses de história: Mercado Público Municipal Germano Kurt Freissler

Foto Mercado Municipal de Joinville, construído em 1906.

O mercado público municipal de Joinville/SC, teve sua primeira edificação construída em 1906, na gestão do prefeito Procópio Gomes de Oliveira, mas sua inauguração oficial ocorreu em 1907, quando Oscar Schneider assumiu a prefeitura da cidade. Em arquitetura luso-brasileira , assim como os mercados de São Francisco do Sul e Florianópolis, a edificação se destacava às margens do Rio Cachoeira, em meio a paisagem e outros armazéns.

Carlos Ficker, no livro “Histórias de Joinville: crônicas da Colônia Dona Francisca” (2008, p. 328) nos provoca a refletir sobre esta importante obra; Está, pois, Joinville dotado de um local próprio para a edificação do seu Mercado. A simples arborização desta praça dar-lhe-há uma bella perspectiva. […] E como habil  e pertinaz nos seus empreendimentos, prova-o de sobejo, si outros não chegassem para proval-o, o facto da creação de um mercado para Joinville”.

Desde o início, a construção causou polêmica, primeiro pela localização escolhida, que a princípio era onde hoje está a Biblioteca Municipal Rolf Colin, no entanto, o terreno já havia sido cedido à Sociedade de Embelezamento de Joinville. Após a justificativa do superintendente Frederic Brüstlein, sobre as dificuldades de acesso ao mercado por meio dos carroções e embarcações, o local mudou para o terreno à margem do Cachoeira.

Mas, houveram dificuldades quanto a aceitação de tal mudança, pois as frequentes chuvas e inundações, transformavam em banhado todas as áreas às margens do rio. O segundo impasse, dizia respeito às divergências e pontos de comercialização de pescadores e agricultores. Enquanto na região do Rio Cachoeira havia se estabelecido a venda de pescados, muitas famílias viviam longe da “vila”, e a agricultura de subsistência era a principal atividade econômica da época. Os agricultores vendiam seus produtos de porta em porta, ou diretamente aos comerciantes, em um ponto de carroceiros onde hoje é a Praça Lauro Müller,  não levando sua produção até o Mercado.

Conforme publicação do Jornal ND+ (2016) “A partir da entrega da obra, as críticas se voltaram para o regulamento do mercado. Uma relação de regras publicada pelo jornal Commércio de Joinville, determinava os dias e horas em que os produtos deveriam ser expostos e, principalmente, proibia a venda de inúmeros artigos pelas ruas da cidade. Tanto os produtores rurais quanto os pescadores, se mobilizaram contra as regras iniciais estabelecidas pela superintendência, e as discussões eram acompanhadas pela imprensa. ‘Os colonos não estão dispostos a se sujeitar ao que venha tirar os seus hábitos’, afirmava a Gazeta de Joinville ainda em 1907”.

O jornalista Lúcio Matto, no livro “Jornal Retrô: 100 histórias de uma Joinville de outros tempos” (2020, p. 62) descreve acerca das regras do Mercado Público; “O rigor do regulamento era tamanho que as normas tentavam limitar até quanto tempo os frequentadores do Mercado deveriam levar para fazer suas compras […]. A limpeza era de fato uma fixação e reaparece no capítulo V, intitulado ‘Disposições Gerais’. O artigo 19 explicitava entre as obrigações dos locatários a de ‘conservarem as casinhas no maior asseio, caiadas ou pintadas, com as entradas sempre desembaraçadas e limpas […].”

Entre os anos de 1956 e 1957, inicia a primeira mudança em sua arquitetura, com a retirada dos arcos da parte superior do prédio, e na primeira gestão do prefeito Luiz Henrique da Silveira (1977 e 1982) o imóvél foi demolido. Em justificativa à construção de um novo mercado, no Jornal A Notícia, citado por SILVA (2016, p. 137) a prefeitura apresenta “[…] retomar suas características originais: “[…] o último trabalho que pode ser considerado como reforma realizado no Mercado Municipal, aconteceu em 1947, exatamente 138 quando o prédio perdeu suas características germânicas originais, ganhando formas indefinidas de construção.” (AN, 1979, p. 3).  

Mas, as referências encontradas por meio de fontes iconográficas, apresenta nitidamente uma edificação em estilo açoriano, em um momento de fortalecimento da cultura luso – brasileira e não germânica. SILVA (2016, p. 141) Não apenas arquitetos, engenheiros e historiadores se manifestaram de forma contrária à construção do “falso enxaimel” em Joinville. O crítico de arte e escritor Harry Laus, definiu a atual edificação do Mercado Público como “um lamentável arremedo do verdadeiro enxaimel”

A demolição do primeiro Mercado Público Municipal de Joinville, serve de exemplo quanto à importância da educação patrimonial, preservação e  leis de tombamento. A historiadora e doutoranda em História Giane Maria de Souza (2020) argumenta que […] problema é quando os gestores, vereadores, prefeitos, deputados, conselheiros de cultura não entendem a função e a importância de um bem tombado, inventariado, como um museu, uma edificação histórica, uma coleção documental, um monumento ou um arquivo público e suas relações dialógicas com as comunidades. A ausência desse entendimento faz com que o poder público invista os recursos em outros serviços como eventos e propagandas; concretamente políticas de abandono que passam a existir para determinados setores ou bens públicos. Leia o texto completo AQUI.

Algumas ações no Mercado Público Municipal Germano Kurt Freissler

Carnaval no Mercado
A folia do carnaval joinvilense acontece no Mercado Público, e conta com atrações locais de renome nacional, grupos de escola de samba, bandas e shows ao vivo.

Corte do Carnaval de Joinville (2018). Foto: Redes Sociais Prefeitura de Joinville.



Encontro de colecionadores e motociclistas
São muitos os encontros de carros antigos e motocicletas que ocorrem no Mercado Público. Um desses encontros foi registrado pelo jornal A Notícia (2013); O ronco do motor é reconhecido de longe. Pneus espessos, pilotos com coletes de couro, tatuagens e motocicletas que chamam a atenção por onde passam. Amantes da estrada e de boa música, as “irmandades”, como costumam identificar os moto clubes, se reúnem neste sábado, no Mercado Público Municipal de Joinville, a partir das 14 horas. 

Foto: Vinicius Mendes

MAJ Sounds
Idealizado pelo VJ Leandro Vigas, juntamente com o DJ Roger Thiago o evento que surgiu em abril de 2012, teve várias edições. Muitas das quais, realizadas nos jardins do Museu de Arte de Joinville e algumas no Mercado Público.  Regado a música e apresentações  multiculturais, era realizado em espaços públicos de forma gratuita e sem fins lucrativos. 

Evento MAJ Sounds. Foto: Redes Sociais.

Referências

SILVA, Bruno da. A CONSTRUÇÃO DO CAMPO DO PATRIMÔNIO CULTURAL: : políticas de preservação, instâncias, mecanismos e agentes culturais em. : POLÍTICAS DE PRESERVAÇÃO, INSTÂNCIAS, MECANISMOS E AGENTES CULTURAIS EM. 2016. Disponível em: http://www.faed.udesc.br/arquivos/id_submenu/2229/dissertacao_bruno_da_silva___completa.pdf. Acesso em: 14 maio 2021.

SOUZA, Giane Maria de. Patrimônio Abandonado. 2020. Disponível em: https://artenacuca.com.br/arte-educacao/patrimonio-abandonado/. Acesso em: 14 maio 2021.

EVARINI, Adrieli. De cais comercial, o Mercado Público de Joinville se transforma em concorrido ponto de encontro. 2015. Disponível em: https://ndmais.com.br/diversao/de-cais-comercial-o-mercado-publico-de-joinville-se-transforma-em-concorrido-ponto-de-encontro/. Acesso em: 14 maio 2021.

ND, Redação. 1906: o ano da construção do Mercado Municipal de Joinville às margens do Cachoeira. 2016. Disponível em: https://ndmais.com.br/cultura/1906-o-ano-da-construcao-do-mercado-municipal-de-joinville-as-margens-do-cachoeira/. Acesso em: 14 maio 2021.

FICKER, Carlos. História de Joinville: crônicas da colônia dona francisca. 3. ed. Joinville: Letra Dágua, 2008.

MATTOS, Lúcio. Jornal Retrô: 100 histórias de uma joinville de outros tempos. Joinville: Independente, 2020.

FAZERAQUI. Mercado Público de Joinville recebe edição do MAJ Sounds no próximo domingo. 2017. Disponível em: https://www.fazeraqui.com.br/edicao-do-maj-sounds-sera-no-mercado-publico-de-joinville/. Acesso em: 14 maio 2021.

NSC, Redação. Sambistas animam carnaval no Mercado Público de Joinville. 2009. Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/noticias/sambistas-animam-carnaval-no-mercado-publico-de-joinville. Acesso em: 14 maio 2021.

NSC, Redação. Encontro de motociclistas acontece neste sábado no Mercado Público de Joinville. 2013. Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/noticias/encontro-de-motociclistas-acontece-neste-sabado-no-mercado-publico-de-joinville. Acesso em: 14 maio 2021.

“As Aventuras Sensoriais de Théo”

Por Carol Spieker

Outro dia, recebi um presente lindo! Todo mundo gosta de ser presenteado, mas se você assim como eu, é um leitor, sabe que o presente-livro é sempre especial.

Falando em especial, “As Aventuras Sensoriais de Théo”, escrito pela joinvilense Caroline Helena e ilustrado pela também joinvilense Michelline Móes, trata justamente de Théo, uma criança especial como todas as outras, mas Théo tem TEA (Transtorno do Espectro Autista), o que faz com que ele perceba o mundo de uma maneira diferente das outras crianças.
O livro de 72 páginas, lançado em 2019 pela Editora Areia, narra e ilustra lindamente as sensações de Théo nas mais variadas situações. Tais situações são totalmente corriqueiras para qualquer criança e suas famílias, mas Théo apresenta uma sensibilidade maior a todos os estímulos aos quais somos diariamente expostos: mudança de temperatura, aromas, sabores, sons, beijos e abraços… Para Théo, tudo isso é processado de maneira diferente.

A escritora Caroline Helena com livro “As Aventuras Sensoriais de Théo”

Por que vale a pena ler o livro?

Porque a obra é uma graça, com belas ilustrações e linguagem acessível aos pequenos e jovens leitores, porque é literatura infantojuvenil produzida em Joinville/SC, escrita e ilustrada por mulheres, editada por Jura Arruda que é de uma sensibilidade ímpar e porque é uma forma criativa e sensível de trazer à tona a compreensão do TEA, pois somente a compreensão de que cada um é um Universo, pode gerar a empatia necessária para vivermos com afeto, respeito e harmonia. Vale lembrar que a escritora do livro é mãe de criança com Transtorno do Espectro Autista, então tem conhecimento de causa para falar sobre o tema, sem incorrer no risco das informações equivocadas provocadas pelos costumeiros “achismos” e vale ainda lembrar que, apesar disso, Caroline escreveu Literatura Infantil e não um tratado científico. Tenho certeza de que você também vai se deliciar degustando esta história.
Se você desejar ler o livro, há exemplar para empréstimo na Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin (Joinville/SC), mas se desejar adquirir para ler e reler ou mesmo para presentear alguém especial, pode entrar em contato com a escritora por e-mail, redes sociais ou pelo site da Editora Areia.
Desejo que você se divirta e se emocione tanto quanto eu me diverti e me emocionei lendo esse livro!

Para adquirir o livro:
E-mail da autora: carolzinha.helena@gmail.com | @carolinehelenaescritora
Site da Editora Areia www.editoraareia.com.br

Doses de história: Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville

Foto da capa: Luciano Itaqui.

Segundo o site da Prefeitura Municipal de Joinville (2021), o Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville é “uma unidade do(a) Secretaria de Cultura e Turismo – SECULT, […]responsável por atuar na preservação do patrimônio arqueológico brasileiro e na produção de conhecimento sobre povos construtores de sambaquis, que viveram na região há mais de 5 mil anos. Seu acervo possui cerca de 45 mil artefatos que evidenciam a cultura e o estilo de vida do povo sambaquiano.

Diferente do Museu Casa Fritz Alt, Museu de Arte de Joinville e Museu Nacional de Imigração e Colonização, espaços em que suas edificações foram construídas para servir de moradia à personalidades da cidade, o Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, foi construído com o propósito de tornar-se museu.

Em seu artigo, Souza (2016, p. 159) afirma que o MASJ é a única unidade criada com fins museológicos:
“Efetivamente, o Museu Arqueológico de Sambaqui foi a única unidade criada para ser museu. Com a construção da sede própria, em 1972, o museu passou a atuar na preservação do patrimônio arqueológico do município, função reforçada pela Lei Orgânica Municipal de 1990. As ações do MASJ são acompanhadas pelo crescimento dos acervos em decorrência de doações particulares, pesquisas e a localização de novos sítios arqueológicos. Algumas coleções estão sob a guarda do museu até mesmo por meio de endosso”.

No ano de 1963 a Prefeitura Municipal de Joinville/SC, comprou a coleção arqueológica de Guilherme Tiburtius, um estudioso de sambaquis que registrou, coletou e classificou diversos artefatos e sepultamentos de sítios que estavam sendo destruídos na região. “A herança cultural deixada por Guilherme Tiburtius é inestimável. Mesmo sem formação acadêmica em Arqueologia, Tiburtius foi um grande estudioso, além de reunir e organizar materiais provenientes dos sambaquis, entre os anos de 1940 a 1960, período em que estes sítios arqueológicos ainda não contavam com proteção de lei. Seus registros em fichas e desenhos são preciosos ainda hoje para as pesquisas sobre sambaquis. A importância de Tiburtius para o Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville é relevante, pois foi a coleção organizada por ele que deu início ao acervo do MASJ”, (Blog MASJ, 2021).

Pensando na salvaguarda deste patrimônio arqueológico, anos mais tarde, nasce oficialmente o MASJ, criado pela lei municipal nº 1042 em 1969. Mas, o prédio que abriga o museu só seria inaugurado em 1972, com seu projeto arquitetônico e construção realizados em cooperação técnica com o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN).

Desde os primeiros anos de atuação o museu é referência no que diz respeito a pesquisa, salvaguarda e educação patrimonial. A professora doutora Elizabete Tamanini (2003, p. 82) descreve a respeito da participação do museu em ações que envolvem diferentes grupos e a comunidade, “O MASj desde sua fundação, tem desenvolvido programas didáticos que abrangem estudantes de 1º e 2º graus, universitários e estudantes de cursos profissionalizantes. O auditório, equipado com moderna aparelhagem, tem servido para ministrar aulas sobre Arqueologia e Pré-História Brasileira, bem como para programações cinematográficas culturais, realizadas principalmente com o intuito de atingir positivamente as crianças, despertando nelas o gosto pelos Museus […]”.

Um dos destaques do setor educativo do MASJ, ocorreu logo nos primeiros anos com a criação do primeiro Kit Educativo, maleta com acervos arqueológicos que circulava pelas escolas. Após consolidado, recebeu do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural Nacional (Iphan) o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, em 2007. O Projeto de Atendimento Educativo 2º, 3º e 4º Ciclos visava sistematizar, discutir e apresentar questões relacionadas ao modo de se utilizar o museu enquanto espaço de educação e produção de conhecimento científico. “[…] Nesse projeto, os trabalhos se iniciam com os alunos do 2º ciclo (3ª série) que discutem os conceitos de alimentação e moradia. As atividades prosseguem no 3º ciclo (5ª série) contemplando a tecnologia e suas relações e encerram-se no 4º ciclo (7ª série) tratando-se do fenômeno da diversidade cultural presente no cotidiano”. (Web, 2021).

Algumas ações educativas e de difusão cultural realizadas pelo MASJ

Exposição Itinerante
Em 1998 o museu iniciou o processo de elaboração de uma exposição itinerante, que segundo Machado e Souza (s.d, p. 277) “O projeto tinha por objetivo facilitar a aproximação do público às práticas da arqueologia e à compreensão da importância do patrimônio arqueológico. […] Também, pretendia estimular o conhecimento crítico sobre os diferentes processos da ocupação humana, a partir da discussão da importância da preservação do patrimônio material e imaterial. E, finalmente, adequar a exposição aos portadores de deficiências visual e motora”.

Imagem retiradas do Blog da escola.

Canal EducativoApresentação

Canal do MASJ no YouTube

Livro
Em 2010 o museu realizou o projeto “Joinville: primeiros habitantes” é um dos resultados do projeto Geoprocessamento Aplicado à Preservação dos Sambaquis de Joinville (SC), executado pelo Museu de Sambaqui com recursos do Governo Federal e Prefeitura de Joinville por intermédio da extinta Fundação Cultural.
O projeto atualizou as informações geográficas sobre os sítios arqueológicos da região e integrou-as em um banco de dados , instalou placas informativas em todos os sambaquis do município e adquiriu equipamentos que aumentaram o aparelhamento do MASJ, como uma estação total para levantamentos topográficos, um GPS de alta precisão, um barco para acessar os sítios arqueológicos da Baía da Babitonga, estereoscópios (equipamento para ver fotografias aéreas em três dimensões), um computador e cerca de 30 livros para a biblioteca do Museu.

Capa do livro “Joinville – Primeiros Habitantes”

Filme
“A ideia do documentário surgiu a partir de uma visita da nossa equipe ao Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville. Começamos a questionar se sabíamos o que eram os sambaquis, quem era esse povo e não sabíamos ao certo”, conta o cineasta e produtor do documentário, Juliano Luerdes. Leia mais a respeito do documentário clicando AQUI.

Documentário “Sambaqui – Sociedade Redescoberta”

Acervo em 3D
Pensando na conservação e desgaste dos artefatos emprestados as escolas, em 2018 o museu iniciou a reprodução das peças por meio da impressão 3D. O projeto foi contemplado pelo edital do Sistema Municipal de desenvolvimento pela Cultura (Simdec) e teve início a partir da pesquisadora Fernanda Borba, que doou ao museu as réplicas feitas a partir de fotografias em alta resolução e projeções das peças.

Reportagem do SBT Meio Dia.


O Museu durante a pandemia COVID-19

Em virtude da pandemia, o MASJ está fechado para visitação, mas continua realizando atendimentos virtuais a escolas e pesquisadores, sempre com agendamento prévio. Ainda no mês de maio, o museu inaugura uma nova exposição ao ar livre.

Contato do MASJ: (47) 3433-0114. Endereço: Estr, R. Dona Francisca, 600 – Centro, Joinville – SC.
Horário de Funcionamento: Terça à domingo. 10h às 16h.

Referências Bibliográficas

Site PMJ. Acesso em > 04/05/21 https://www.joinville.sc.gov.br/institucional/secult/upm/mas/
SOUZA. Giane Maria. Museus, espaços de memórias e coleções: diálogos e interfaces. Acesso em > 04/05/21.
Blog Museu de Sambaqui de Joinville. Acesso em > 04/05/21 http://museusambaqui.blogspot.com/p/historia.html
Blog Escola de Ensino Fundamental Padre Bruno Linden. Acesso em > 04/05/21. http://escolabrunolinden.blogspot.com/2014/07/kit-didatico-do-museu-arqueologico-do_7.html
Jornal O Mirante. Acesso em > 03/05/21 https://omirantejoinville.com.br/2017/10/16/museu-do-sambaqui-comemora-45-anos-com-musica-e-conversa-sobre-patrimonio/
TAMANINI, Elizabete. Museu e Educação: Reflexões acerca da experiência no Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville. Acesso em > 03/05/21
https://www.researchgate.net/publication/26479283_Museu_e_Educacao_Reflexoes_acerca_da_experiencia_no_Museu_Arqueologico_de_Sambaqui_de_Joinville
Portal Joinville. Acesso em > 02/05/21 https://portaljoinville.com.br/conteudo/museu-de-sambaqui-apresenta-documentario-sobre-povos-sambaquianos/
Site Fundação Catarinense de Cultura. Acesso em > 02/05/21 https://cultura.sc.gov.br/noticias/8975-8975-joinville-primeiros-habitantes
MACHADO, Gerson. SOUZA, Flávia Cristina Antunes. Exposição itinerante “Afinal, o que é Arqueologia?”: Experimentando a inclusão social. Acesso em > 02/05/21.