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Para quem ainda não teve a oportunidade de assistir “Sambaqui, Sociedade Redescoberta” lançado em 2015 com patrocínio da extinta Fundação Cultural de Joinville, em parceria com o Museu de Sambaqui de Joinville, poderá conferir o documentário no YouTube em HD. Dirigido por Thiago Bezerra Benites, com a produção da Futuro Coletivo e Cine Monstro, o filme reune entrevistas, animação e live-action para revelar a importância da contribuição cultural deixada através dos sítios arqueológicos locais. Nesse novo formato de exibição online, o projeto foi aprovado no edital #SCulturaemSuaCasa, promovido pelo Governo do Estado de Santa Catarina e Fundação Catarinense de Cultura.
Desde seu lançamento, o documentário já foi exibido em mostras, integrou projetos acadêmicos junto a universidades nacionais e internacionais e, dois anos após seu lançamento, alcançou mais de 9 mil visualizações. Conta com a participação das arqueólogas Beatriz Ramos da Costa, Maria Cristina Alves, Dione da Costa Bandeira e dos acadêmicos Jefferson Batista e Gustavo Oliveira. A produção e assinatura de direção são de Juliano Lueders e Marcos Serafim, desenho de som e trilha sonora de Shai Oliva Alon, Ilustração de Epoca Mouco. Animações de Rizoma Estúdio, com edição de Marcos Serafim. Roteiro, direção e narração e cargo de Thiago Bezerra Benites. Finalização: Guilherme Delamuta.
Inicialmente imaginado como registro histórico dos 42 sambaquis cadastrados pelo Iphan (instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional) na cidade catarinense, o documentário logo evoluiu para a reflexão sobre questões importantes acerca da vida em sociedade e sobre a importância da arqueologia, tendo como base os povos Sambaquianos que habitaram a região de Joinville. Depoimentos como o dos arqueólogos Beatriz Ramos da Costa, Jefferson Batista Garcia e Maria Cristina Alves apontam para a importância que o filme pode ter, por exemplo, dentro do ambiente escolar, numa interdisciplinaridade dos assuntos abortados. A partir de descobertas arqueológicas, o documentário acessa temas referentes à geografia, filosofia, sociologia e arte do povo catarinense, abrindo espaço para a valorização da história de todo o estado.
A professora de História e pesquisadora Angela Maria Vieira, que em 2014 foi vencedora do prêmio Educador Nota 10 promovido pela Fundação Victor Civita, com o projeto “Os Guardiões dos Sambaquis”, acrescenta seu depoimento sobre o tema do documentário em questão, “O município de Joinville é uma das poucas cidades da federação brasileira que possui em sua lei orgânica o artigo n° 181 aprovada no ano de 1990, que trata especificamente sobre a preservação dos Sambaquis. Temos em Joinville 42 desses sítios arqueológicos em graus diferenciados de conservação, com a expansão urbana muitos sambaquis sofreram um processo de desmonte, muito desse material foi utilizado para a produção de cal. […] Em relação à questão educacional, o estudo dos povos sambaquianos é de fundamental importância para as nossas crianças e jovens, muitas escolas ficam próximas dos Sambaquis como os bairros Espinheiros, Comasa, Guanabara, ou seja, faz parte da paisagem urbana dessas comunidades. O documentário trás uma grande oportunidade de aproximar conhecimento histórico da vivência dos educandos. Tornar o conhecimento algo significativo.”
O produtor Juliano Lueders, um dos diretores da Futuro Coletivo, também argumenta que “O documentário pode contribuir na educação de jovens e adultos da cidade, além de fortalecer o potencial turístico dos 10 sambaquis localizados na área urbana de Joinville, frequentemente ameaçados pelo crescimento imobiliário, pela exploração econômica de seu território e também por ações naturais do tempo. Além disso, eles estão sujeitos a atos de vandalismo por falta de conscientização cultural da sociedade para a importância de sua preservação”.
Origem dos Sambaquis
Os sambaquis são considerados montes erguidos por povos que habitaram o litoral do Brasil na Pré-História. Eles são resultado de ações humanas, ou seja, são montes artificiais, com dimensões e formas variadas formadas principalmente por cascas de moluscos – a palavra “sambaquis” tem origem Tupi, e é a mistura das palavras “tamba” (conchas) e “ki” (amontoado) –, mas contêm também ossos de mamíferos, equipamentos primitivos de pesca e até objetos de arte, num verdadeiro arquivo pré-histórico. O tamanho das elevações mostra ainda que os sambaquis serviam como monumentos para identificar o grupo que habitava uma determinada região.
Documentário disponível em HD no YouTube
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