“E pro teatro, não vai nada?”

E pro teatro, não vai nada?
Vai, sim, porque nem só de prosa vivem as nossas leituras de cada dia…

O paulista radicado em Joinville, Jura Arruda estreou como dramaturgo (escrevendo textos para teatro) em 1996 com a peça infantil “Quem Roubou Minha Infância que Estava Aqui?” e desde então já escreveu 11 peças com destaque para “Uma Festa para Eulália”, encenada pelo extinto Grupo de Teatro Novo Tempo, composto por servidores públicos municipais aposentados.

O livro “Nós (e um laço)”, foi lançado em 2019 pela Editora Areia, com o patrocínio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura – SIMDEC, Secretaria De Cultura e Turismo – SECULT e Prefeitura de Joinville e traz em seu corpo o texto da peça teatral na íntegra, além de entrevista com o dramaturgo Jura Arruda, com o diretor da montagem Lucas David, a atriz Juliana Yara Araújo que, ao lado de Jonas Raitz, interpretou Ornella a protagonista da trama homônima ao livro e um texto da psicóloga também paulista radicada em Joinville, Lili Zacharia, falando sobre os aspectos psicológicos do texto.

Além disso, o livro conta com foto de capa de Dante Bejarano, e belíssimas fotos do espetáculo, na parte interna do livro, assinadas por Dante Bejarano e Vanderleia Macarossi e ao, final a surpresa: duas receitas. E explico: o protagonista masculino do texto é Edvaldo, um cheff de cozinha que sonha em viver um grande amor e o encontra (ou não????) ao lado de Ornella, dsigner de moda, independente que sonha em ter a própria grife.
O livro tem apenas 96 páginas e, pelo fato de ser uma dramaturgia conta com muitos diálogos, o que torna a leitura rápida e agradável.

Para quem assistiu a montagem, é impossível não se “transportar” novamente para a plateia do Teatro ao ler as cenas e se deliciar com as fotos da montagem.

Para quem perdeu essa oportunidade, a leitura do texto já é o bastante: a linguagem proposta por Jura prende a atenção e o interesse do leitor do início ao fim da trama.
Por que ler?
Porque se trata de um texto de dramaturgia (para teatro) que ainda é pouco difundida entre os leitores. Porque é uma produção local de qualidade. E porque, pra quem gosta de uma boa trama de amor (e desamor?), é uma delícia acompanhar a história de um casal, certo?

Se você quiser adquirir o livro, é possível encontra-lo na Livraria O Sebo, no centro de Joinville, através da Editora Areia www.editoraareia.com.br ou editora@areia.com.br ou talvez, com o próprio dramaturgo no @juraarruda_escritor e quem sabe ter a oportunidade de adquirir o seu exemplar autografado, como o meu, por sinal.

Se você gosta de se aventurar pelo desconhecido ou pouco explorado (no caso uma dramaturgia) e/ou de histórias de amor, certamente vai gostar de ler “Nós (e um laço)

Desejo que a leitura seja para você, gostosa como foi para mim!

“Com qual penteado eu vou?”

“Com qual penteado eu vou?” A pergunta que dá título ao livro de Kiusan de Oliveira e Rodrigo Andrade, escritora e ilustrador negros.

Kiusam é Pedagoga, Doutora em Educação, Mestra em Psicologia pela USP e Terapeuta Integrativa. É também escritora daquilo que a própria tem chamado de Literatura Negro-Brasileira do Encantamento Infantil e Juvenil.
Rodrigo estudou Artes Gráficas e se especializou em desenvolvimento para a web.

A obra, ainda cheira a novo, pois foi lançada em 2021 pela Editora Melhoramentos, conta com 48 páginas lindamente ilustradas para contar a história do Centésimo aniversário do Seu Benedito.

Cada integrante da família, das filhas aos bisnetos está se preparando para o grande dia e é aí que acontece o que para mim, é a grande sacada da história: cada criança escolherá um belo penteado para comparecer à festa e, como ainda são crianças e não tem dinheiro para comprar um presente, cada uma delas presenteará o bisavô com a virtude mais poderosa que possuem.

Essa virtude está expressa no significado de cada nome e nesse momento é possível compreender além do significado do nome de cada bisneto, a origem desse nome e dessa criança, num desfile de belas e múltiplas culturas africanas.
Isso permite que os pequenos e jovens leitores, assim como os mediadores de leitura geralmente mais experientes, possa eles próprios também se perguntar sobre suas origens, cultura e virtudes.

Com qual virtude você presentearia alguém que ama muito?
O livro além de visualmente lindo, é instigante e emocionante.

Por que ler?
Porque já passou da hora de entendermos que representatividade importa e que por muito tempo, crianças negras não se viram representadas na literatura, no cinema, na teledramaturgia, na música…
É urgente que as culturas sejam conhecidas para que sejam respeitadas.
Além disso, vale a pena pelo enredo e pelas imagens: elas são um verdadeiro banquete para os olhos.

Se você tem uma criança a quem possa presentear com a obra será incrível, se não tem, você pode dar-se esse presente pois certas obras possuem tamanha sensibilidade que extrapolam a classificação indicada na ficha catalográfica dos livros.
Em tempo, ao adquirir o livro, você ganha também uma cartela de adesivos com as imagens dos personagens.

Espero que você também se deleite e se emocione como eu!

Boa leitura!

“Redemoinho em dia Quente”

Eu estava em Curitiba/PR.  Não lembro se tinha ido para algum curso ou se simplesmente estava passeando por lá. Antes da pandemia, não era raro que em dia de folga das contações de histórias, eu pegasse um ônibus na rodoviária de Joinville/SC e fosse até Curitiba, apenas para passar o dia. O fato é que eu estava em Curitiba e, antes de voltar a Joinville, passei em um shopping para um lanche rápido e, é claro, visitar a livraria.

Procurava por “Insubmissas Lágrimas de Mulheres”, de Conceição Evaristo (logo, logo vou escrever sobre ele também), mas a loja não dispunha de nenhum exemplar do livro. A atendente, muito simpática, quis encomendar o livro pra mim. “Ah, não moro aqui. Não tem problema, era só se você tivesse mesmo. Obrigada!” “Olha, moça! Esse da Conceição eu não tenho, mas você já leu Jarid Arraes? “ “Não!” “Nossa, você tem que conhecer! “Redemoinho em dia Quente”, é incrível!”

Trouxe esse e outro de literatura infantil. Na saída ainda procurei o gerente da loja e elogiei o bom atendimento dela.

Bom, a atendente me convenceu a trazer o livro, e ainda no shopping dei uma espiadinha nele, já encanta pela capa.

O livro, lançado em 2019 pela editora Alfaguara, conta com 30 contos divididos em 128 páginas bem escritas por Jarid, cearense de Juazeiro do Norte, mas conhecida como cordelista. Estreando como contista em “Redemoinho…”, Jarid revela uma escrita sensível e ao mesmo tempo forte, e a orelha do livro é escrita por ninguém menos que Maria Valéria Rezende. Jarid Arraes é certamente um importante nome da literatura brasileira da atualidade: mulher jovem, negra, consciente do seu “lugar no mundo”, em “Redemoinho em Dia Quente”, Jarid diz a que veio.

Voltei para Joinville lendo no ônibus sob a fraca luz da lanterna do próprio ônibus, sem me cansar. Seus textos são fluidos e impactantes.

Por que ler?

“Redemoinho em Dia Quente”, é um livro de contos de autora brasileira, negra, feminista, jovem, com textos que nos levam do riso às lágrimas, porque foi assim, em lágrimas que terminei, por exemplo, a leitura do conto “Cachorro de Quintal”, mesmo sem ter e nem nunca ter tido um cachorro.

A linguagem ora suave ora ácida, em textos curtos, prende a atenção do leitor do início ao fim. 

Recomendo para leitores adultos de sensível e corajoso coração!

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“O Primeiro Amor e Outros Perigos”,

“O Primeiro Amor e Outros Perigos”, do paulista Marçal Aquino, foi lançado em 1997 pela Editora Ática e integra a muito conhecida, Série Vaga-Lume que marcou gerações de jovens leitores em todo o país. O livro, que é literatura infantojuvenil narra a história de três adolescentes, Vinicius, Bianca e Fernando que são amigos, estudam juntos e juntos escrevem o Jornal Agora, que circula entre os alunos do Colégio Paulo Ferreira.

Bianca e Fernando são namorados, para a tristeza de Vinicius que é secretamente apaixonado pela amiga, mas por ser muito tímido, nunca conseguiu se declarar a ela. Tudo corria bem, até que um crime abala a pacata cidade: o professor Eusébio, “padrinho intelectual” do Jornal Agora é encontrado morto em seu casarão. Ainda sob o impacto da notícia, Bianca, Fernando e Vinicius decidem que não ficarão de braços cruzados esperando que a polícia resolva o caso, e que às escondidas farão uma investigação por conta própria. Os três, naturalmente, se envolvem em uma perigosa aventura. Paralelo a isso, alguém passa a produzir anonimamente a “Coluna do Sombra” para o Jornal Agora. Nessa coluna, o anônimo escritor passa a relatar sua visão sobre cada aluno dos diferentes grupos do Colégio Paulo Ferreira. É quase uma coluna-fofoca, mas isso dá a trama mais uma vez um caráter investigativo, afinal, quem seria o Sombra?

A trama é muito bem urdida, assim como os outros títulos que o autor escreveu para a mesma série, “A Turma da Rua Quinze”, “O Jogo do Camaleão” e “O Mistério da Cidade- Fantasma”, e prende a atenção do leitor do início ao fim.

Por que ler a obra?

Porque é literatura infantojuvenil da melhor qualidade. Com linguagem acessível, voltada ao público a que se destina, a história se desenrola de maneira leve e instigante. Para os jovens leitores, é a possibilidade de um primeiro encontro com um autor sensacional e uma série que é um clássico na nossa literatura. Para os leitores mais experientes e, porque não?, mais velhos, é a possibilidade de um nostálgico reencontro com uma obra ágil e de rápida leitura, em que romance e aventura se misturam na dose certa. Será que Vinicius conseguirá se declarar e assim conquistar o coração de Bianca? Conseguirão os três descobrir o assassino do professor Eusébio? E mais, por que alguém desejaria matar um professor que nunca teve inimigos? Quem será o Sombra?

 Recomendo a leitura!

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