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O livro é o primeiro romance de Vitor Martins, publicado pela Alt Editora em 2017.
Trata-se de um gostoso livro de literatura infantojuvenil que em pouco mais de 200 páginas, narra a história de Felipe e Caio.

Eu poderia descrever o livro como ficção infantojuvenil com temática LGBTQIAP+, mas a obra vai para além das questões da orientação sexual de seus protagonistas.

Vamos nos ater a Felipe.


Felipe é um jovem que aguarda ansiosamente pelo recesso de Julho, quando finalmente, poderá dormir, assistir a suas séries favoritas no Netflix, procurar tutoriais no YouTube sobre coisas que ele jamais fará e principalmente, poderá ficar longe da escola e dos colegas que os dão vários apelidos que ele não gosta.

Não, a escola não é um lugar agradável para Felipe.

Quando finalmente chegam as tão esperadas férias de Julho, Felipe fica sabendo que Caio, seu vizinho, passará esse período com eles, pois seus pais viajarão e sua mãe pediu que ele ficasse ali, porque não quer que o garoto fique em casa sozinho, mesmo sob seus protestos de que “já não é mais criancinha”.

O problema é que “Caio foi sua primeira paixãozinha de infância, e existe uma grande possibilidade dessa paixão não ter passado até hoje” e Felipe terá que lidar com a presença de Caio durante quinze dias.

O que em princípio é um problema, no decorrer da trama, se transformará em aprendizado. A obra poderia ser sobre o primeiro amor entre meninos, mas traz camadas relevantes no decorrer da trama.

O autor aborda temas como: bullying, homofobia, gordofobia, dificuldade de convivência social, entre outros temas importantes, através da narração de cenas de violência moral e psicológica para com Felipe. Uma delas, inclusive, durante as férias de Julho e na presença de Caio, o que só aumentou o desconforto de Felipe.

A cena em que, finalmente, os protagonistas se aproximam e trocam algumas confidências, é de derreter até corações de gelo.

Outro tema abordado é a importância da psicoterapia. Vitor Martins, fala sobre o tema narrando algumas sessões de Caio, o que de certa forma, contribui para a desconstrução de alguns tabus e preconceitos em relação à necessidade de acompanhamento psicológico por parte de quem sofre bullying, ou apenas para quem procura entender-se melhor como parte do mundo.

Por fim, posso dizer que o livro “caiu em minhas mãos”, pois eu procurava outro título, mas confesso que a leitura foi uma delícia.

A linguagem é fácil e o texto é fluido sem ser superficial.

Espero que você também se encante com “Quinze Dias”!

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