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Leitura para amenizar as dores do corpo e da alma 

Leitura para amenizar as dores do corpo e da alma 

Mediações de leitura – Experiências compartilhadas entre a Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin e o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.

Por Celiane Neitsch

O ano novo se inicia e com ele surgem desejos renovados para 2024 e promessas sobre o que pretendemos fazer; além dos objetivos que queremos alcançar. Muitos de nós almejamos amor, prosperidade, alegria e trabalho. (Mais do que já trabalhamos?) Sim… E para trabalhar mais, precisamos de saúde para realizá-lo.

Mas o que é saúde na sua totalidade? Física, mental e emocional. E que faríamos se as interferências da vida nos tirassem a oportunidade de realizar nossos sonhos por causa de uma doença? Como podemos atender nossa perspectiva de manter ou melhorar nossa saúde durante os 366 dias de oportunidades e desafios que nos aguardam para este ano?

É sobre as inter-relações entre cultura e saúde que pretendemos falar neste breve artigo, e também sobre o trabalho atencioso e repleto de cuidados, realizado pelos servidores públicos da Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin em parceria com o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt desde 2019, por meio do projeto “Mediações de Leitura”. A iniciativa é uma parceria entre as duas instituições, com objetivo de proporcionar acolhimento, bem – estar e cultura, por meio de leituras curtas e leves, aos pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Geral, Cardiológica e Pós Operatório. Com acompanhamento da Terapeuta Ocupacional Elaine Budal Arins (HRHDS) e coordenadoria de Luciano Alves (Biblioteca Pública Municipal).

As visitas acontecem quinzenalmente, quando a dupla de contadoras/mediadoras vai ao hospital, para ler e declamar poesias e narrar histórias de tradição oral aos pacientes. Para realização do trabalho, as mediadoras de leitura Carolina Spieker e Karina da Silva Felipe, recebem orientações sobre como agir e os cuidados que precisam ter com a higiene e assepsia das mãos, ao se aproximarem dos leitos. São avisadas, por exemplo, se há isolamento de contato, que neste caso a  leitura deve ser feita por meio de cópias em envelopes de plástico, para que sejam higienizados antes e depois das visitas. Não são permitidos os livros físicos, pois podem levar bactérias de um leito a outro.

Tomadas as devidas precauções, Karina e Carol são como as guardiãs das histórias, além de dedicar seu tempo e atenção para ouvir as mais diversas experiências de vida, tanto dos acompanhantes, quanto dos pacientes. É importante destacar que mesmo quando o paciente não deseja ouvir histórias, também se trata de um ponto positivo: A ‘autonomia’. Pois há pelo menos uma coisa que ele pode decidir não querer, já que para quem se encontra internado, tudo, da alimentação à medicação, é obrigatório.

“Ler histórias, podem proporcionar um ambiente mais leve, lúdico e descontraído para o paciente, pois não se trata de fugir da realidade. Nosso trabalho é bastante respeitoso com a dor e a situação de cada ser humano, pois muitos estão em uma situação de internação prolongada, mas ler têm o poder de amenizar o sofrimento e às vezes – mesmo que por alguns instantes – transportá-los para um lugar de paz e tranquilidade” – destaca Carol Spieker.

O exercício de ler para o outro, principalmente quando está em situação vulnerável, é um gesto de compaixão e carinho, algo que os pacientes reconhecem e agradecem à sua maneira. Nas próximas linhas, as mediadoras dividem conosco alguns momentos que ficaram marcados em suas memórias durante a realização do projeto:

Neste novo ano, muitos são os sonhos das equipes e profissionais envolvidos neste ato; Levar a mediação de leitura para aqueles que mais  precisam, contribuindo para amenizar as dores do corpo e da alma, em hospitais, lares de idosos e orfanatos. E até mesmo escrever um livro para compartilhar as mais ricas experiências de vida; já que se trata de um momento vulneral da vida, digno de registro e reflexão.
Esta é a emitente certeza que temos de quanto a cultura contribui para a integralidade da saúde, afastando a solidão, humanizando pessoas, unindo histórias dos dois lados, as que contam histórias e as que ouvem histórias, estas que são registradas em nossa psique, descontruindo velhos conceitos e construindo novos paradigmas. Afinal, um mundo sem cultura, é um mundo sem esperança!

Biblioteca Pública Prefeito Rolf Colin.
Endereço: R. Cmte. Eugênio Lepper, 60 – Centro, Joinville – SC.
Telefone: (47) 3422-7000

Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.
Endereço: R. Xavier Arp, s/n – Boa Vista, Joinville – SC.
Telefone: (47) 3461-5500

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