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Exposição discute racismo e preconceito nas escolas, “O Visível do Invisível” de Sérgio Adriano H.


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Exposição discute racismo e preconceito nas escolas, “O Visível do Invisível” de Sérgio Adriano H.


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O artista visual Sérgio Adriano H, está percorrendo  cinco escolas da cidade de Joinville de 08 a 31 de outubro com sua exposição/ação  “O Visível do Invisível”. O projeto conta com apoio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura – SIMDEC 2016, e a mostra que reúne 12 trabalhos, duas séries de seis intitulados “Preto de Alma Branca” e “Branco de Alma Preta”, que propõe estimular reflexões sobre arte e racismo dentro das escolas e nas comunidades que estão inseridas.

O artista falou ao ARTE NA CUCA sobre o início do projeto e seus desdobramentos, que segundo ele, iniciaram a partir da seguinte fala:

“O Visível do Invisível, iniciou em 2013 a partir da fala que uma pessoa fez para mim: “Você é preto de alma branca”. Nunca pensei na vida, principalmente no tempo em que vivemos, que eu ia ouvir algo assim, pois “preto de alma branca” dentro da minha interpretação, se trata de um preto que se tornou bom e “branco de alma preta” é uma pessoa que se tornou ruim. É um ditado popular.” 

Fiz as fotografias onde pinto meu rosto de preto com lágrimas brancas e depois de branco com lágrimas pretas e realizei a exposição dessas fotos na Coletiva de Artistas aqui em Joinville (2013). Na montagem dos meus trabalhos para coletiva, precisei da ajuda do meu irmão, que nunca se permitiu ir ao museu.  Nessa “obrigação” em me ajudar, ele percebeu que o museu poderia ser a casa dele e tempos depois, começou a estudar desenho na casa da cultura. Se me perguntarem porque meu irmão só se permitiu conhecer a arte em 2013, mesmo convivendo com alguém que trabalha com arte desde 2002, vou responder: “É que não fomos educados para as artes. Só fomos educados para trabalhar, construir família, ter um teto e se manter na vida.” Para discutir esses dois fatos, o racismo e a falta de acessibilidade e oportunidade, pois existem milhões de pessoas iguais a ele que nunca se permitiram ir ao museu ou a uma exposição de arte é que construí e estou executando esse projeto.

Ficou curioso e que saber mais sobre esse projeto incrível que leva arte e o artista de encontro ao público, diálogo, acessibilidade e ainda discute questões tão importantes como racismo, preconceito e Bullying no ambiente escolar? O ARTE NA CUCA conversou com Sérgio e trás com exclusividade mais detalhes sobre o impacto social e o poder transformador da arte na vida das pessoas.

Fotos: acervo do artista

ARTE NA CUCA: De que maneira o projeto foi desenvolvido, afim de que os trabalhos e o diálogo que você leva para as escolas estimulem reflexões sobre arte e racismo?

Sérgio A.H: “A ação acontece em três dias. No primeiro dia a ação é pensada para a comunidade. Visto meu terno e fico no muro da frente da escola com a exposição montada. Nesse momento começa a surgir um questionamento por parte das pessoas da comunidade ao se perguntarem o que são essas fotos e quem é essa pessoa de terno num dia de sol ou de chuva na frente da escola e por qual motivo  está vestido dessa maneira”.

No segundo dia, a ação acontece no interior da instituição, já com os alunos. Passo o dia todo com eles discutindo sobre as questões que dizem respeito ao racismo, preconceito, Bullying, e nesse momento eles descobrem que se trata de uma exposição de arte, uma exposição/ação/intervenção, e que o objetivo é fazer com que eles se questionem e reflitam a respeito dessa experiência”.

“O terceiro dia é destinado à oficina de fotografia para alunos multiplicadores. Queremos que eles possam transformar a informação e o aprendizado que tiveram durante os três dias e disseminá-lo entre familiares, amigos, vizinhos e toda a comunidade”.

 

Fotos: acervo do artista

ARTE NA CUCA: Segundo o texto curatorial, escrito por Franzoi Carlos, nesse projeto, a série de fotografias que compõe a mostra “O Visível do Invisível” é apresentada dentro e fora da escola. Como tem sido a reação dos alunos, professores e principalmente da comunidade ao se deparar com teus trabalhos?

Sérgio A.H: “Quando os alunos saem da escola e vão para casa, contam para os pais o que vivenciaram e acabam por responder os questionamentos dos próprios familiares no dia anterior, que se tratava de: “O que eram aquelas fotografias na frente da escola?” A partir daí inicia-se o diálogo em casa, onde o aluno é quem retira os pais e familiares da passividade e os coloca em questionamento ainda maior, como em uma engrenagem que entra em ação”.

 

ARTE NA CUCA: Foram selecionadas cinco escolas municipais de Joinville para receber a exposição e todo o trabalho educativo que se dá antes e depois da mostra. Houve algum critério na escolha dessas instituições?

Sérgio A. H: “Sim. Nos meus projetos, tento me inserir em comunidades em que de alguma forma fico sabendo já ter acontecido casos de racismo e preconceito dentro das escolas.  Às vezes a escolha se dá por aquela comunidade não receber ações e projetos voltados à arte e também pelo apoio e parceria da coordenação dessas instituições. Também houve um mapeamento onde eu quis me inserir em vários pontos, para que o trabalho em si, mas de maneira geral a arte, se descentralizasse. Durante a minha pesquisa de mapeamento para determinar quais escolas receberiam o projeto, contei com a participação e mediação da Priscila dos Anjos, que também é artista e arte-educadora e vivencia essa realidade por estar diariamente presente no ambiente escolar”.

 

ARTE NA CUCA: A partir do que você já pode observar dentro das escolas e das comunidades, como tens percebido o tema RACISMO e o tema preconceito em geral, sendo trabalhado pelas unidades? E como os alunos tem recebido esse novo jeito de abordar o tema – através da arte.

Sérgio A. H: “Recebo vários alunos que depois que conversam comigo, relatam casos de racismo na escola. Mas o mais interessante é perceber o quanto eles se fortalecem com essa exposição e todo o projeto, como se fortalecem através da minha fala e da conversa que tenho com eles, porque descobrem que não estão sozinhos. Ao mesmo tempo, percebem que existe alguém fazendo algo para que eles possam ser vistos,  para que o outro também entenda o que eles passam.  A fala do aluno é de agradecimento, porque acabo fazendo com que os colegas da escola entendam e visualizem o que é ser vítima de racismo.  Porque as pessoas abordam o racismo de forma errada e falam: “Você não pode fazer racismo!”. Mas ninguém fala sobre o racismo.  Quando somos retirados da condição do escutar para ouvir o que o outro está falando, ai dói. Existe muito caso de racismo em Joinville. As pessoas dizem: “Eu não sou racista”. Mas o que você faz para combater o racismo? O que você faz para combater o assédio? O que você faz por alguém que está sendo vítima de Bullying? Você faz algo ou porque não é racista, não comete assédio e nem pratica o Bullying, você se exclui? É preciso que você saia desse lugar em que te colocaram e  se coloque no lugar do outro para entender que o racismo e o preconceito existem.

Fotos: acervo do artista

ARTE NA CUCA: Algo bastante comum dentro da escola – principalmente nas aulas de arte – quando o assunto é RACISMO – e esse comumente está associado à cor da pele – é também a associação da cor salmão com o da pele humana.  Do ponto de vista artístico e pessoal, como enxerga essa questão e em que medida ela vai de encontro ao teu trabalho?

Para responder essa pergunta, preciso explicar sobre “verdade apresentada”, que é minha pesquisa como artista. Mas o que é uma verdade apresentada? É quando sua mãe fala: “Não deixe o chinelo se não  você vai morrer”, isso é uma verdade apresentada e quando vamos crescendo, descobrimos que era somente para deixar o chinelo organizado.

Mas existem outras verdades tão bem apresentadas que é difícil de duvidar. Alguém foi tão bem apresentado a um tom de pele que ela é superior a uma pessoa pelo tom de pele. Eu digo que essa pessoa foi tão bem adestrada e convencida que não consegue mais duvidar sobre isso e não duvidando, continua repetindo o racismo.

Faixa-etária: A ação do projeto foi pensada para várias turmas, não tem faixa-etária, mas é ajustado para cada idade e turma de alunos que participa. A conversa com as crianças pequenas acontece de um jeito mais lúdico e em tom de brincadeira, já com o ensino fundamental anos finais tenho uma outra abordagem, que vai ficando um pouco mais séria e com o público adolescente faço um terceiro caminho.

Gosto de pontuar que a conversa começa pelo racismo, perpassa o preconceito mas o importante é discutir a construção do ser, que tipo de ser humano nós estamos construindo. Mas muito, mas atrás, quando você vê uma criança de cinco anos falando para o seu coleguinha: Seu preto..seu amarelo..seu vermelho.  Ele fala isso, mas quem tá por trás? É os pais? É os amiguinhos? Ele viu isso na televisão? Muito mais que isso, ou indiferente se é os pais ou amiguinhos, nós temos uma sociedade que é super preconceituosa e essa fala está embutida.  Indiferente de qual seja a faixa-etária a estrutura é pensada para atender o público escolar. Para isso também pensamos e produzimos o material educativo para professores, materias de apoio para trabalhar com aluno antes e depois da passagem da exposição.

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