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SERmulher: A produção artística de Rosi Costa


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SERmulher: A produção artística de Rosi Costa


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Ter contato com arte é essencial para quem escolheu ser educadora, aliás, deveria ser para todas as profissões. Discutir sobre arte, processos de criação e materiais, com quem é artista, nos auxilia na criação de repertório para exercer nosso trabalho, seja em sala de aula ou em espaços de educação não formal.

Considero um privilégio ter contato com artistas de Joinville e região, e assim aprender, trocar ideias, evoluir. E por falar em arte joinvilense e troca de ideias, no dia 18 de fevereiro fui convidada para conhecer um pouco mais sobre as pesquisas e trabalhos da artista visual Rosi Costa, que desenvolve suas pesquisas e trabalhos abordando a mulher e seu papel na sociedade. Fiquei surpresa com a quantidade de projetos, estudos, trabalhos, materiais e principalmente, a determinação e brilho no olhar com que ela aposta na arte e seu poder de transformação social.

Rosi é daquelas mulheres com conhecimento de causa e que busca por meio de sua arte autobiográfica, instigar a sociedade a refletir sobre o modelo patriarcal ainda muito presente nos lares brasileiros. Embora cada vez mais as mulheres estejam mostrando sua força e conquistando novos espaços, ainda é preciso quebrar muitas barreiras. Há um longo caminho até conseguirmos o tão sonhado reconhecimento, seguidos pela igualdade de direitos e elaboração de políticas públicas que respeitem as nossas necessidades e escolhas.

E tem jeito melhor de propor questionamentos e reflexões, do que por meio da arte? É esse o papel da arte conceitual – foco da pesquisa e produção da artista. Em seu gabinete de curiosidades particular, ela apresenta trabalhos dos mais antigos aos mais recentes, que aguardam o momento mais oportuno para entrar em contato com o público. Produzidos a partir de diversas linguagens como fotografia, registro de performances e principalmente objetos, Rosi Costa apropria-se de peças de roupa, caixas de remédio, sapatos e bolsas, conferindo a eles a condição de arte.

Com diversas possibilidades de leituras, vem tentando desconstruir a ideia da mulher perfeita, que cuida do lar, precisa ter e ser responsável pela educação dos filhos, da mulher que sofre e aceita a violência física e psicológica de diferentes autores, submissa. Se tivermos que definir essa mulher, poderíamos supor que é quase sempre aquela que concorda com a premissa de que “menina veste rosa e menino veste azul”.

A bolsa é o objeto de destaque em sua poética – a ponto de se tornar quase uma obsessão – algo que para ela, possui um forte poder simbólico, como a sensação de segurança e conforto. Em muitos trabalhos é possível pensar na bolsa como extensão do corpo da mulher e a peça que mais sustenta a hipótese de se tratar de uma representação da própria artista. Outro ponto que merece atenção, é o uso das cores vermelho e preto, que tem presença constante em sua produção, funcionando como uma espécie de dualidade, realidades/personalidades opostas em uma quer chamar a atenção enquanto a outra se reprime no anonimato.

Em um desdobramento de seus estudos, a autora levou para exposição coletiva Além do 9×12, realizada na Associação de Artistas Plásticos de Joinville – AAPLAJ, a fotografia e a apropriação de objetos, que resultaram no trabalho intitulado “Domesticação”, de 2016. Em seu processo de criação, homenageia mulheres dos séculos XV e XVI proibidas de exercer a arte como profissão, além de discutir temas como as ditas “obrigações” femininas. Muitos séculos depois, as obrigações parecem continuar as mesmas, provocadas por situações que levam ao auto julgamento, enclausuramento emocional e a perpetuação dos paradigmas impostos às meninas e mulheres ocidentais desde a Grécia Antiga.


“Domesticação” é um grito de protesto e ao mesmo tempo um chamado que se estende as outras mulheres que de alguma forma, passam por momentos de dor, opressão, medo e tortura – seja ela física ou psicológica – e que anseiam por um olhar crítico, mas ao mesmo tempo, afetuoso, e que desperte a empatia acima do julgamento.

Rosi Costa também fala de um passado que traz consequências para o presente. Mesmo vivendo em tempos de internet, redes sociais, sororidade e feminismo, nossos desejos e sonhos ainda são ceifados por nosso pai, companheiro, filhos, amigos e tantas outras pessoas que desconhecem ou que são apenas mais um reprodutor de conceitos e valores ultrapassados.

Até mesmo as próprias mulheres, que por questões culturais, ajudam a perpetuar regras que colocam suas filhas em condição de ser indefeso, recatada, dotada de habilidades ditas exclusivas das mulheres dos anos 50.

Muitas pagam e outras ainda vão pagar pela lavagem cerebral da década de 50, momento em que cuidar das necessidades do marido era considerado cumprir com o seu papel. Estar sexualmente sempre disposta, manter a etiqueta, os bons costumes e se auto sabotar era sinônimo de felicidade no casamento. A tortura social psicológica calou e reprimiu quem já não tinha forças para gritar, fazendo com que mães solteiras, divorciadas, pioneiras e homossexuais fossem vistas com desprezo e preconceito.

A mulher contemporânea estuda, trabalha, é mãe solo, dirige, bebe e faz sexo no primeiro encontro, mas ainda assim precisa constantemente enfrentar os desafios e assumir as consequências de suas escolhas, o que torna a vida muito mais difícil e cansativa. Mas é no do dia a dia, na conquista do diploma e da profissão, donas de nosso próprio corpo e falando em alto e bom tom a palavra NÃO, que eu ainda me pergunto: Quanto nós temos das crenças de quem nos criou? Como isso afeta nossa vida, e a dos que estão a nossa volta? O Quanto reprimimos nossos desejos em nome da família, do trabalho e do julgamento de outras pessoas? Quanto de “Domesticação” habita em nós?

São algumas das reflexões que o trabalho da artista nos provoca e que convido você leitor ou leitora, a pensar e discutir com outras mulheres, parceiros, família e grupos sociais. Somente por meio do diálogo será possível desconstruir os padrões e amenizar o preconceito quando o tema é a mulher na sociedade.

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