Os vários mundos de Roseli Ritzmann

Roseli Ritzmann é artista visual, graduada em História pela Universidade da Região de Joinville – Univille, também possui formação em história da arte e cerâmica pela Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior. Desenvolve trabalhos artísticos em diversas linguagens como pintura, desenho, colagem, gravura, instalação, livro de artista, entre outros. Inquieta e pesquisadora, está sempre se dedicando a aprender e aperfeiçoar sua técnica e pesquisas relacionadas as artes visuais, mas o que muitos não sabem, é que ela ainda encontra tempo para produzir e se dedicar a outra paixão: Os fantoches de bonecos.

A artista conta que começou a produzir seus primeiros fantoches a quatro anos atrás, inspirada na condição intelectual de seus alunos, quando ainda trabalhava em uma instituição educacional da cidade. “Trabalhei com inclusão de deficientes intelectuais, e os fantoches de material reciclado das oficinas de arteterapia sempre renderam boas histórias nas mãos deles. Então percebi que seria algo muito interessante e importante direcionar minha criatividade na elaboração de fantoches.”

Sua produção foi sendo aperfeiçoada aos poucos, das primeiras peças feitas com material reciclado, passou para os fantoches de feltro e logo depois para os de espuma, que tem aproximadamente 40 cm e que inicialmente eram tingidos com tinta spray ou acrílica. A colagem das partes era feita com cola de silicone, mas em suas pesquisas, Roseli descobriu que o ideal é a cola de sapateiro. A estrutura dos fantoches de espuma é sempre a mesma, o que vai mudar e torna-los únicos e especiais é a caracterização que ela dá para cada um. É como se cada um deles fosse seu “filho único”, sempre um detalhe especial, algo diferente que só aquele fantoche terá, por mais que todos se pareçam, sempre haverá uma marca de nascença escondida em algum lugar.

Todas as mudanças, pesquisas e aperfeiçoamentos, fizeram com que seus fantoches se tornassem cada vez mais resistentes, visualmente interessantes e lúdicos. Atualmente a artista conta com dois ateliês em sua casa, um para as artes e outro para os fantoches, que agora podem ser de bonecos, sapos, palhaços, bichinhos e outros seres frutos da imaginação daquela que lhes trás ao mundo.

No ano de 2014, os fantoches já faziam parte de sua vida tanto quanto a arte, e Ritzmann decide sair da sala de aula, para transformar a atividade em negócio. Abre a empresa Popilu, que além dos fantoches, desenvolve jogos didáticos e brinquedos educativos. Todos os produtos são confeccionados e vendidos em seu ateliê e também nas feiras em que participa. “Os fantoches de feltro costumam ser adquiridos para as crianças, já os fantoches de espuma (40cm) é um produto bastante procurado pelos professores e principalmente por educadores de igrejas”

Os fantoches podem ser um excelente recurso lúdico e pedagógico, para pais, psicólogos, educadores, professores e artistas quando se trata de tentar transmitir uma mensagem, além de auxiliar no desenvolvimento da expressividade, atenção, trabalho em equipe, coordenação entre outros benefícios. O teatro em si, mas especificamente os de fantoches, podem ser trabalhados com todas as idades, pois não exigem muitos movimentos do corpo, beneficiando crianças, jovens, adultos e idosos. É preciso apenas deixar a imaginação fluir e assim como Roseli, ter sensibilidade para perceber que são das necessidades e das adversidades de nossas vidas, que surgem os caminhos e as oportunidades, e a partir daí é só ir lapidando os diamantes.  Roseli Ritzmann é exemplo de artista que expande sua pesquisa, produção e conhecimentos para outros campos e não se dá por satisfeita, adquirir um dos produtos da Popilu é mais que comprar um brinquedo, ou um fantoche qualquer, é levar uma obra de arte para casa.

Fotos: Walmer Bittencourt Junior e Celiane Neitsch