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Entrevista: Museu Nacional De Imigração e Colonização e as Ressignificações Conceituais no Plano Museológico.


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Entrevista: Museu Nacional De Imigração e Colonização e as Ressignificações Conceituais no Plano Museológico.


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Foto: Divulgação

O Museu Nacional de Imigração e Colonização (MNIC), criado pela Lei federal nº 3.188/1957 foi fechado para visitação em fevereiro de 2018. Desde então, o Iphan por intermédio do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) do Governo Federal investiu o valor de R$ 2,6 milhões para a execução de obras no espaço museológico e restauro na edificação histórica. Com previsão para o término da obra em agosto de 2021, o projeto pretende entregar ao público um museu mais acessível, instalação de elevadores, rampas, além de uma edificação central restaurada e a criação de um anexo de dois pavimentos nos fundos do MNIC para acondicionar a reserva técnica e alocar o corpo técnico e administrativo.

O projeto provocou novas ressignificações conceituais sobre o espaço museológico e nos dias 9 e 10 de fevereiro ocorreu o Seminário Plano Museológico do Museu Nacional de Imigração e Colonização: memórias em perspectivas. No evento on-line foi apresentado os estudos e a metodologia para a elaboração do Plano Museológico do MNIC.  Participaram do evento além de profissionais que participaram do processo de elaboração do plano museológicos e convidados, assim como o Sistema Municipal de Museus de Joinville (SMM/JLLE). Liliane Janine Nizzola, Superintendente do Iphan/SC e Guilherme Gassenferth, Secretário da Secult/PMJ, representaram institucionalmente a parceria Iphan/Secult, muito bem-vinda para os espaços culturais de Joinville.

O site Arte na Cuca, por meio de Celiane Neitsh e Giane Maria de Souza, entrevistou as professoras Alcione Resin Ristau e a Doutora em História Elaine Cristina Machado Especialistas Culturais – Educadoras de Museu do MNIC.

Arte na Cuca – O Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville foi criado em 1961 com a função de coletar, pesquisar, expor e salvaguardar artefatos e documentos históricos, referentes à história da imigração no sul do Brasil. Como o Museu se relacionou com esta missão que ultrapassou as condições objetivas de sua existência e organização institucional?

MNIC – Há mais de uma década, com a entrada de uma equipe técnica de servidores no MNIC é que se pode apontar uma guinada institucional nas relações com o recorte patrimonial estabelecido no decreto de criação do museu, como também das ações e projetos dentro da cadeia operatória da museologia.

Arte na Cuca – Desde sua inauguração em 1961 o museu compôs exposições temáticas de longa duração do seu acervo, sobretudo dos grupos imigrantes teuto-germânicos da cidade de Joinville. Podemos problematizar estas narrativas de longa duração construídas ao longo da história institucional do MNIC?

MNIC – Sim, as narrativas podem e devem ser problematizadas. É necessário considerar nas problematizações duas questões: o recorte patrimonial do MNIC indicado em sua Lei de criação e apontado na questão acima: a função de coletar, pesquisar, expor e salvaguardar artefatos e documentos históricos, referentes à história da imigração no sul do Brasil. E outra questão sobre os recortes narrativos das exposições que abrangiam o início da colonização em 1851, perpassando a campanha de Nacionalização e o Centenário da Cidade em 1951.

Arte na Cuca – Como pensar os processos de deslocamentos e de povoamentos dos imigrantes em Joinville em suas numerosas fases históricas, seja na imigração quanto na colonização?

MNIC – É uma questão muito relevante, pois os deslocamentos estão presentes na gênese conceitual do MNIC. Principalmente porque o processo de imigração não ficou estanque no século XIX, os deslocamentos humanos são contínuos. Exemplo disso é que hoje podemos encontrar em Joinville, a presença de fluxos migratórios recentes de pessoas vindas do Haiti, Venezuela, Senegal entre muitos outros países. Dados do Sistema Nacional de Cadastramento de Registro de Estrangeiros (SINCRE) indicam que foram registrados entre os anos de 2000 a 2020, na cidade de Joinville, aproximadamente 7.700 imigrantes. Para além dos números, refletir sobre imigração perpassa também sobre a diversidade de motivações e expectativas sobre o ato de  deslocar-se.

Foto: AAMNIC – 2º Festival do MNIC – União das Culturas

Arte na Cuca – O projeto para o restauro do MNIC, financiado com recursos federais está sendo coordenado e intermediado pelo Iphan. Qual a importância do órgão de preservação federal neste processo de reformulação institucional do MNIC para a sociedade, considerando o Projeto Museológico em desenvolvimento?

MNIC – O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o órgão dentro da esfera do governo federal que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Seu foco de atuação é a proteção e promoção dos bens culturais brasileiros, além de assegurar a permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras. Para além do projeto de restauro da Maison de Joinville – edificação tombada pelo referido órgão, em 1939, os recursos destinados ao MNIC incluem também a construção de uma nova edificação, que abrigará a reserva técnica, espaço expositivo, setores de trabalho (administrativo, educativo, museologia), copa e sanitário para servidores. Recursos foram disponibilizados para o desenvolvimento e execução de uma exposição de longa duração, elaboração do Plano Museológico e Plano de Gestão.

Todos os investimentos no MNIC resultarão na qualificação institucional, contribuindo para a salvaguarda, pesquisa e comunicação do patrimônio abrigado no e pelo MNIC. Contribuirá, também, para que a sociedade possa usufruir deste bem cultural e exercitar o direito à cultura e a memória.

Arte na Cuca – Qual narrativa se pretende construir para os novos grupos imigratórios no Plano Museológico?

MNIC – O MNIC há alguns anos vem se aproximando dos novos fluxos imigratórios. Em 2015, o setor educativo do MNIC desenvolveu o projeto Experiências do Deslocamento: Ação educativa dirigida aos imigrantes do tempo presente realizado com imigrantes haitianos, com os objetivos de promover a aproximação entre o Museu Nacional de Imigração e Colonização e os imigrantes vindos do Haiti, que passaram a se estabelecer em grande número na cidade; fomentar novas apropriações do patrimônio abrigado no museu; compartilhar diferentes experiências acerca do processo de imigração e do deslocamento; entre outros. Já em 2018 e 2019, foram realizadas duas edições do projeto Festival do MNIC que parte de uma mudança de ótica da instituição museológica que se propõe ir ao encontro da comunidade em seu entorno, tendo como mote a percepção da diversidade cultural que compõe o tecido social da cidade de Joinville e os fluxos imigratórios do tempo presente.

Também em 2019, foi lançado o documentário E ficaram saudades… Imigrantes e Experiências de Deslocamento  que resulta diretamente do Festival, sendo a materialização da criação de vínculos com pessoas que trazem consigo experiências da imigração, o documentário se pautou na história de vida de imigrantes de diferentes nacionalidades que escolheram o Sul do Brasil para se instalar. Esse audiovisual trata das memórias dos imigrantes na contemporaneidade que compõe o tecido social que o Museu Nacional de Imigração e Colonização está inserido.

“E ficaram saudades… Imigrantes e experiências de deslocamento”, gravado em Joinville/SC resultado de um processo de pesquisa iniciado em 2018. Associação dos Amigos MNIC.

Arte na Cuca – Que tipo de participação social se pode esperar a partir da implementação do plano museológico? Quais as pesquisas históricas, programas e projetos educativos estão sendo construídos para atuar junto às múltiplas comunidades existentes em Joinville?

MNIC – Como já apontamos na questão anterior, o MNIC já vem estabelecendo aproximações com os diversos grupos, coletivos, associações e agentes que compõem o tecido social de Joinville, num trabalho contínuo de ampliar estes contatos para além dos territórios da cidade, como, por exemplo, no desenvolvimento do Festival do MNIC, onde os grupos participam coletivamente do processo e são protagonistas de suas manifestações por meio da dança, música, gastronomia, teatro, poesia etc. A construção do evento ocorre em diversas etapas, num processo contínuo e cuidadoso de estabelecimento de vínculos e de (re)conhecimento das diferenças e semelhanças entre os participantes e a própria equipe do museu.

Com o Plano Museológico e os programas que o compõem, entre eles, Pertencimento Social e Diásporas Contemporâneas, Jornada de Experiência do Visitante, Educativo e Cultural em que os diálogos e a participação social poderão ser ampliados. Ainda em 2021, o MNIC está representando a Secult no Grupo de Trabalho de Direitos Humanos da PMJ, que envolve representantes das secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação nas discussões para a efetivação de políticas de atendimento aos imigrantes na cidade. Assim, o MNIC retoma seu passado e as abordagens discursivas feitas até o presente momento sob outra perspectiva, ao passo que investe em novas miradas.

Foto: Heidi Schubert. 2º Festival do MNIC – União das Culturas

Arte na Cuca – Após o processo de restauro da edificação que abriga o MNIC, como o seu espaço topográfico será pensado para a composição de uma nova museografia que atenda a diversidade cultural existente na cidade?

Além do processo de restauro da Maison e da edificação anexa que abrigará espaço expositivo, reserva técnica e setores de trabalho, está em processo a recuperação dos muros do entorno do MNIC e a execução do projeto de drenagem e paisagismo,  qualificando também a área externa que compõe o jardim e bosque. Dentro do Plano Museológico, um exemplo é o Programa de Jornada do Visitante, que articulará a experiência de quem visita o MNIC relacionando as temáticas e narrativas das exposições, com a perspectiva história do próprio espaço que envolve todo o museu (edificações, jardim e área externa, exposições, projetos) correlacionando com a própria formação histórica do Sul do país quanto a imigração e colonização, e que este processo não é homogêneo, mas sim plural e diverso na constituição dos territórios.

Arte na Cuca – Com o espaço museológico reformulado, sua edificação e sede restaurada e entregue para a sociedade com novas perspectivas, seja pela ambiência ou pelos  processos museológicos, o que efetivamente faltará para o MNIC alcançar a modernização administrativa e técnica?

É necessário pensar que a instituição museológica atua dentro de uma cadeia operatória, e que pra além dos espaços físicos, restaurados ou novas edificações, e das exposições, muitas outras atividades são desenvolvidas. Neste sentido, o Plano Museológico indicará em seus programas os nortes de atuação do museu em sua totalidade, pensando na instituição, na gestão, capacitação e formação de seus servidores e colaboradores, além da segurança, preservação e conservação do acervo, nas políticas e nas relações com a sociedade, no desenvolvimento científico e tecnológico, acessibilidade, comunicação, fomento e financiamento. É estratégico pensar no todo que engloba a instituição.

Arte na Cuca – O acervo constituinte do MNIC será exposto ou será acondicionado em uma reserva técnica? Há alguma proposta museográfica para este acervo?

MNIC – O projeto da nova exposição de longa duração contará com a exposição de vários itens do acervo museológico do MNIC. Os demais itens que não estiverem em exposição serão acondicionados na reserva técnica do museu, como faz toda e qualquer instituição museológica séria. Este projeto está sendo elaborado e executado por uma empresa vencedora do certame licitatório realizado pelo IPHAN, a do termo de referência organizado pela equipe técnica do MNIC.

Arte na Cuca – Como o MNIC dialoga com o Sistema Municipal de Museus em relação às políticas desenvolvidas no Setorial de Patrimônio, Museus e Espaços de Memórias que compõe o Conselho Municipal de Política Cultural?

MNIC – O MNIC mantém diálogo com o SMM de Joinville na formulação de políticas públicas para a área de museus, na interação entre os museus, instituições e profissionais do setor. Inclusive atualmente o MNIC integra o conselho gestor do Sistema Municipal de Joinville. Também coopera e participa ativamente das ações e eventos realizados, como exemplo o Seminário Municipal de Políticas Culturais em Museus e Espaços de Memórias, realizado pelo SMM.

Ainda em fevereiro, na realização do Seminário Plano Museológico do Museu Nacional de Imigração e Colonização: memórias em perspectivas, o MNIC pode contar com a participação do professor Gerson Machado que integra o Conselho Gestor do Sistema Municipal de Museus, que proferiu uma comunicação dentro da programação do Seminário estabelecendo várias relações sobre o panorama dos museus na cidade de Joinville.

Arte na Cuca – O que a equipe técnica do MNIC compreende como possíveis soluções para os problemas financeiros, administrativos, técnicos e de infraestrutura, manutenção e conservação preventiva e curativa e de salvaguarda para os museus? Uma proposta de Organização Social para gerir o MNIC seria viável?

MNIC – Não. O MNIC é uma instituição pública e todo o seu trabalho resulta deste entendimento. A instituição tem entendimento da destinação das rubricas específicas, e obrigatórias, que devem ser aplicadas no museu.

Há também repasse dos recursos apontados em lei específica, para isso impera a necessidade de que gestores assumam suas responsabilidades, a necessidade de ocupação de cargos de coordenação e gerência através de critérios técnicos, conhecimento e formação no campo, respeito aos servidores. Sua pergunta aponta sobre o contexto atual em que perpassam as instituições museológicas, não só em âmbito municipal, mas em todo o país. O MNIC mira para novos rumos diante dos recursos empenhados recentemente para a instituição e que estão viabilizando tanto obras necessárias de conservação, ampliação e qualificação dos espaços físicos da instituição, bem como a elaboração do Plano Museológico, de Gestão e o projeto da nova exposição de longa duração.

Foto: AAMNIC – Roda de Conversa “Memórias Negras: mulheres negras contam suas histórias” – Coordenação Ana Lucia e Gabriela Neves
Coletivo Ashanti de Mulheres Negras

O caminho ainda é longo, tendo em vista que o Plano Museológico é uma ferramenta estratégica e norteadora e sua implementação será o próximo desafio para o MNIC e seus órgãos gestores.

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