Ah, “O Matador”!!!!

Conheci essa história por intermédio de uma querida colega de trabalho. Confesso que, por conta própria, eu não leria um livro com esse título, tampouco indicaria para jovens leitores.
Nesse momento ouço a voz da consciência: “Carol, Carol, não julgue o livro pela capa (nem pelo título)!”
Escrito por Wander Piroli e ilustrado por Odilon Moraes, “O Matador” é uma impactante obra da literatura infanto-juvenil lançada pela extinta e saudosa editora Cosac Naify, em 2014.

É uma história sobre meninos e passarinhos, nos tempos em que havia quintais, ruas, esquinas, árvores e bodoques.
Uma narrativa belíssima e emocionante sobre como a cobrança por seguirmos um padrão preestabelecido pode ser danosa e cruel para uma pessoa, sobretudo, para uma criança. Uma história curta, contando com apenas 32 páginas, que nos mostra a potência da narrativa do escritor e jornalista mineiro, Wander Piroli. Um livro impossível de esquecer.
Tenho que ressaltar aqui que, recentemente, li o livro para pré adolescentes de 10 e 11 anos, e a reação foi um ensurdecedor silêncio ao final da narrativa, em sinal de que a história reverberava dentro deles.

Vale aqui ainda, ressaltar que a diagramação do livro é diferenciada. É como se o texto tivesse sido datilografado naquelas antigas máquinas de escrever, precursoras dos modernos computadores, notebooks e afins, dando a sensação de que lemos trechos de uma carta ou mesmo de um jornal impresso, nos remetendo ao tempo em que havia jornais impressos em todas as bancas de jornais e revistas. Aliás, nos remetendo a um tempo em que havia bancas de jornais e revistas, já que essas vem rareando junto com os produtos que vendiam.
Mas, voltando à obra, indico para jovens e nem tão jovens leitores sensíveis e desejo que ela reverbere em você como aconteceu comigo e com as turmas dos quintos anos.

Desejo ainda uma boa viagem para dentro do livro, para o passado, para longe, para dentro…eis o poder da boa literatura!