“Luz dos Meus Olhos”

O carioca morador de Porto Alegre – RS, Celso Sisto é o escritor e também o ilustrador de “Luz dos Meus Olhos”, publicado em 2017 pela Editora do Brasil. Tive a oportunidade de conhecer a obra em uma formação com o próprio autor, na cidade de Curitiba – PR.

Mas, voltemos à obra de Celso Sisto. “Luz dos Meus Olhos”, conta a história de um pai e sua filha, de maneira bela e surpreendente, pois há algo especial que só se revela no decorrer do texto. Há ainda, a presença da mãe, que é o fio condutor da narrativa, à medida que é a escriba da filha que ainda é pequena e sabe que a mãe escreve mais rápido que ela. O autor, indiretamente viveu essa experiência e, o ouvindo emocionado contando a história (e também a história da história) só me fez ter uma certeza: eu precisava TER aquele livro, mas infelizmente não consegui adquirir no evento em Curitiba, porque muita gente teve a mesma ideia. Então, assim que voltei a Joinville, tratei logo de encomendar a obra.

A ficha catalográfica nos diz que “Luz dos Meus Olhos” é uma obra de literatura infantojuvenil, mas sinceramente, eu afirmo que trata-se de uma obra para qualquer leitor (ou ouvinte), com um mínimo de sensibilidade. Não raro, fiquei comovida ao ler e reler a história nos lugares onde fazia contação de histórias ou mediação de leitura. Também, não raro, pude ver pares de olhos marejados enquanto ouviam a história.

A ilustração, é outro artigo de luxo! O próprio escritor, formado também em Artes Visuais, ilustrou o texto com muito zelo. A ideia, segundo o escritor/ilustrador, foi utilizar as cores, brincando com as sensações visuais e vai modificando as cores, tanto do fundo da imagem como nas imagens em si, a cada página para que o leitor possa ter noção da percepção de luz e sombra que tem o protagonista da história. Sobre as ilustrações, Celso explica: “Usei tinta acrílica quase seca (que dá um efeito de giz pastel), canetas gel e quase sempre um detalhe de colagem.”

Se você pinta, desenha ou tem alguma intimidade com as artes visuais, certamente já ficou curioso/curiosa para conhecer as ilustrações, se não tem nenhuma intimidade com as artes visuais, assim como eu, vai entender melhor depois de ver a obra. É um primor! Confesso que, aqui em Joinville, não foi fácil adquirir o livro, tendo sido necessário encomendar em uma livraria e ela infelizmente, não consta no acervo da Biblioteca Pública (de Joinville), mas vale a pena encomendar, assim como vale a pena contatar o autor pelas redes sociais, para conversar e conhecer um pouco mais esta e outras de suas obras.

Tenho certeza de que “Luz dos Meus Olhos”, vai cativar você e prender sua atenção da primeira à última página. Recomendo para sensíveis leitores!

Autor: Celso Sisto. Fonte: Redes Sociais.

Contate o autor: facebook.com/celso.sisto

Doses de história: Casa Krüger

Foto da capa: Arquivo Histórico de Joinville/SC.


Situada na Estrada Dona Francisca, nº 14.530 no distrito de Pirabeiraba – Joinville/SC, a primeira edificação que mais tarde ficou conhecida como Casa Krüger, foi construída  entre os anos de 1890 e 1900, em cima de um pequeno morro, sob a técnica do enxaimel. A morada foi residência do senhor Robert Krüger e Frida Meier,  e do casamento nasceram os filhos Paulo Guilherme Alfredo Krüger e Anita Krüger. Após a morte do marido em 1912, Frida casou-se novamente com o Sr. Paulo Aberto Schwebs, com quem teve um filho,  Arthur Schwebs.

Foto Família Schwebs-Krüger. Fonte: Site “Cortina do Passado”.

Em 1925 a casa passou por um processo de ampliação como consta no artigo Casa Krüger: reflexões sobre um patrimônio histórico edificado (2018, p. 30): “Em 1925 a casa foi ampliada: a edificação em técnica construtiva enxaimel foi desmontada e remontada na nova construção, e foi salva a estrutura de madeira, parte antiga da casa, que hoje está identificada como a cozinha e a área de serviço. A técnica construtiva da parte frontal, erigida em 1925, é a de tijolos autoportantes e alvenaria rebocada”.

Quem já teve a oportunidade de visitar o local, pode constatar que a construção possui seis afrescos nas paredes externas da varanda, deteriorados pela umidade e ação do tempo. O mesmo artigo (2018, p. 31),  também traz algumas informações que ajudam a explicar o estado das pinturas:  “Duas enchentes atingiram o patrimônio e provocaram-lhe prejuízos, uma em 1972 e outra em 1995. A segunda trouxe muitos problemas para a casa, inclusive a degradação das pinturas em afrescos da varanda, por conta da limpeza”.  Segundo a historiadora e especialista em restauro e conservação Dietlinde Clara Rothert, os afrescos foram realizados pelo artista Stock Marquardt, conforme relatos da última moradora do imóvel, a senhora Wally Krüger. 


Em 1996 o imóvel foi tombado como patrimônio histórico estadual pelo Decreto n.º 1.224 de 30 de setembro de 1996, e comprado pela Prefeitura Municipal de Joinville no ano 2000, quando restaurado com recursos do IPHAN em parceria com a prefeitura.  Após o tombamento federal em 2007, passou a integrar a lista de bens tombados pelo Iphan e o projeto Roteiros Nacionais de Imigração em Santa Catarina. Para acessar o material produzido pelo Iphan, clique Aqui.

Segundo o artigo  Portal do Turismo Ecorural de Joinville Casa Krüger: Articulações entre Patrimônio e Turismo (2017): “Na ocasião de seu restauro, em 2000, a casa foi adaptada para ser um Portal Turístico Rural. A casa apresenta um pavilhão com sótão, de edificação teuto-brasileira, destacando-se pelo projeto arquitetônico, riqueza volumétrica, detalhes decorativos com pinturas do tipo estêncil nas paredes internas e afrescos nas paredes externas”

Em dezembro de 2018, o acesso do público à casa foi fechado, conforme consta em matéria do jornal NSCtotal, publicada por Saavedra em 06/12/18, a alegação da prefeitura de Joinville foi a falta de funcionários para manter a estrutura em funcionamento. Atualmente o imóvel ainda permanece fechado e sem as devidas reformas. 

Ao lado da Casa Krüger, existe um galpão (antigo rancho da família, reconstruído em 2002), onde ocorre a comercialização de produtos artesanais pela AJAAR – Associação Joinvilense de Agroindústrias Artesanais Rurais. Ali é possível encontrar artesanatos e alimentos orgânicos como doces, cucas, queijos, salames e etc, produzido por agricultores da região,  por meio da agricultura familiar. A feira acontece todos os sábados e domingos das 08h às 17h.


Referências bibliográficas

DALONSO, da Silva Yoná; DALONSO, Fernanda. Portal do Turismo Ecorural de Joinville Casa Krüger: Articulações entre Patrimônio e Turismo. 2017. Disponível em: http://each.usp.br/turismo/publicacoesdeturismo/ref.php?id=26228. Acesso em: 25  maio 2021.

DALONSO, Fernanda; CARELLI, Mariluci Neis; BANDEIRA, Dione da Rocha. Casa Krüger: reflexões sobre um patrimônio histórico edificado. 2018. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/6759468.pdf. Acesso em: 28 maio 2021.

Ipatrimônio.org. Acesso em: 28 maio 2021. http://www.ipatrimonio.org/joinville-casa-de-wally-kruger/#!/map=38329&loc=-26.202941000000024,-48.914409000000006,17

HINSCHING, Fernando G. Casa Küger – Joinville. 2019. Disponível em: https://hinsching.wordpress.com/2019/03/20/casa-kruger-joinville/. Acesso em: 29 maio 2021.

SAAVEDRA, Jefferson. Portal do ecoturismo de Joinville, Casa Krüeger será fechada. 2018. Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/colunistas/saavedra/portal-do-ecoturismo-de-joinville-casa-krueger-sera-fechada. Acesso em: 31 maio 2021.