Projeto “Conversas Virtuais com o Arquivo Histórico de Joinville” apresenta série de lives em comemoração aos 49 anos do Arquivo e aos 170 anos da cidade

Conservação, restauro, pesquisa, educação patrimonial. Estas são apenas algumas das atribuições do Arquivo Histórico de Joinville que em 2021 completa 49 anos de existência e atividades. Em comemoração ao aniversário do Arquivo e também aos 170 anos da cidade o “Arte na Cuca”, por meio da proponente Celiane Neitsch e em parceria com a equipe técnica do AHJ, realiza o projeto “Conversas Virtuais com o Arquivo Histórico de Joinville”.

O evento, que tem produção gráfica e audiovisual do Bacharel em cinema Walmer Bittencourt Júnior, consiste em uma série de quatro lives que discutem os diferentes tipos de acervos presentes na instituição (Arquitetônico, Iconográfico, Cartográfico e Hemeroteca). As apresentações acontecem nos dias 04/03, 11/03, 18/03 e 25/03 sempre às 19h30, com transmissão ao vivo pelo canal do Arte na Cuca no YouTube.

A live de abertura conta com a presença da convidada especial  Liliane Janine Nizzola – Superintendente do IPHAN/SC além da Especialista Cultural em Restauro e Conservação Dietlinde Clara Rothert e a Arquiteta e Urbanista Dinorah Luísa da Rocha Brüske. Participam também dos próximos dias do evento, o artista visual Nilton Santos Tirotti, a historiadora Valéria König Esteves, a professora e historiadora Ângela M. Vieira, o historiador e assistente cultural  Leandro Brier Correia, o historiador e especialista em história Dilney Cunha e o jornalista Lúcio Mattos,  sempre com mediação da Doutoranda em História Giane Maria de Souza.

Este projeto e foi contemplado pelo edital n°001/SECULT/2020, do município de Joinville/SC Inciso III, do art 2° da Lei Federal n°14.017 (Lei Aldir Blanc).

Vídeo de divulgação do projeto “Conversas Virtuais com o Arquivo Histórico de Joinville”

Programação

04/03 – Acervo Arquitetônico. 19h30 às 20h30. Para ter acesso a live clique AQUI

>Liliane Janine Nizzola, Arquiteta e Urbanista, superintendente do Iphan/SC.
O Iphan e a preservação do patrimônio arquitetônico no estado de Santa Catarina.

>Giane Maria de Souza (AHJ). Historiadora, especialista cultural e doutoranda em história.
Apresentação do AHJ. O projeto de digitalização do acervo arquitetônico do Fundo do Poder Executivo, custodiado no Arquivo Histórico de Joinville.

>Dinorah Rocha Brüske, arquiteta e urbanista, Mestra em Desenvolvimento Urbano – Geografia.
A diversidade dos projetos arquitetônicos do acervo do Arquivo Histórico de Joinville

>Dietlinde Clara Rothert. Historiadora, especialista em restauro e conservação na Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC).·.
A historia da preservação do patrimônio arquitetônico em Joinville.

11/03 – Acervo Iconográfico. 19h30 às 20h30 Para ter acesso a live clique AQUI

>Valéria König Esteves. Historiadora e mestre em Patrimônio Cultural – Mestra em Patrimônio Cultural e Sociedade.
A preservação dos múltiplos períodos da história de Joinville por meio do acervo iconográfico do AHJ.

>Leandro Brier Correia. Historiador, assistente cultural e especialista em metodologia do ensino de História.
A importância da digitalização do acervo iconográfico do AHJ para o acesso a pesquisa e informação.

>Nilton Santos Tirotti. Mestre em Engenharia de Produção. Artista visual e docente em Cinema e Artes Visuais. 
A produção e a pesquisa imagética na arte a partir do acervo iconográfico do AHJ.

18/03 – Acervo cartográfico. 19h30 às 20h30 Para ter acesso la live clique AQUI

>Dilney Cunha (AHJ). Historiador e especialista em História e Historiografia do Brasil.
Joinville antes de Joinville: problematizações a partir da cartografia.

>Ângela Maria Vieira. Historiadora, pós-graduada em História do Brasil e História Cultural.
Como refletir a ocupação da cidade de Joinville 170 anos depois, pelo olhar do estudante da escola pública, dos migrantes, imigrantes e refugiados?

25/03 – Acervo de Hemeroteca. 19h30 às 20h30 Para ter acesso à programação clique AQUI

>Leandro Brier Correia. Historiador, assistente cultural e especialista em metodologia do ensino de História.
A importância do acesso ao acervo da hemeroteca do AHJ como fonte de pesquisa.

>Valéria König Esteves. Historiadora e mestre em Patrimônio Cultural – Mestra em Patrimonio Cultural e Sociedade.
Jornais e periódicos culturais entre outros acervos da hemeroteca do AHJ para a preservação das memórias da cidade de Joinville.

>Lúcio Mattos. Graduado em Comunicação Social (Jornalismo), escritor e autor do Jornal Retrô:100 histórias de uma Joinville de outros tempos.
A influência da imprensa e a pesquisa histórica em jornais e periódicos, para refletir a respeito dos valores, curiosidades e a cultura da sociedade joinvilense em diferentes épocas. (Gênese do livro Jornal Retrô).

“O Menino do Dedo Verde”

Por Carol Spieker

Escrito pelo autor francês, Maurice Druon, em 1957, “O Menino do Dedo Verde”, traduzido por D. Marcos Barbosa, conta com várias edições no Brasil, é o único livro de Druon voltado para pequenos e jovens leitores.  A obra foi considerada “o novo milagre da literatura”, depois de “O Pequeno Príncipe”, do também francês Antoine de Saint`Exupéry, em 1943. A edição de 2017, da editora José Olympio, conta com 126 páginas, divididas em 20 capítulos.

Livro: O Menino do Dedo Verde

Trata-se da história de Tistu, menino rico e bonito, nascido em Mirapólvora, morador da Casa – Que – Brilha, onde vivem também o Senhor Papai e a Dona Mamãe. Tistu vivia feliz dentro dos portões da Casa – Que – Brilha, vivendo com seus pais, os empregados como, o Mordomo Cárolo, o Jardineiro Bigode e o seu pônei Ginástico.

Tistu sabia o que aprendia em casa com a Dona Mamãe, mas em um determinado momento, ela percebeu que já havia ensinado ao menino tudo o que podia e que era chegado o momento de Tistu ir para a escola…e é aí que começam os problemas: por mais que o menino se esforce, não consegue manter-se acordado durante as aulas. “Pregava os olhos no quadro e colava os ouvidos à voz do professor. Mas sentia que a coceirinha estava chegando… Tentava, por todos os meios, lutar conta o sono (…)Não adiantava. A voz do professor ia se transformando em uma canção de ninar (…) e a aula se transformava em aula de sonhar.”

Sendo assim, o Senhor Papai e a Dona Mamãe, decidiram então que o menino aprenderia tudo de que precisasse, na pratica e para isso, o Senhor Papai contratou os melhores professores que conhecia: Senhor Trovões, Dr Milmales e o Jardineiro Bigode, com quem faz a incrível descoberta de que tem o “dedo verde”. O Senhor Papai, era o próspero proprietário da fábrica de canhões que produz armamentos para abastecer de material bélico muitos países, fossem eles amigos ou inimigos dos mirapolvorenses.

Então, Tistu tem uma ideia genial que, a princípio causa espanto e prejuízos ao Senhor Papai, mas que acaba mudando o destino dos moradores da Casa- Que – Brilha e de todos os moradores de Mirapólvora. Nesta deliciosa aventura, Tistu, o menino do dedo verde, conta com a cumplicidade do Pônei Ginástico e do seu querido professor de jardinagem, o Senhor Bigode, com quem faz importantes descobertas.

O livro é voltado para o público Infantil e Juvenil, mas é uma premiada obra da literatura francesa, traduzida no mundo todo e que se destina na verdade a todos os seres humanos dotados de mínima sensibilidade. Trata-se de uma obra delicada e atualíssima, apesar de ter sido escrita há 64 anos.

Livro recomendado para todas as idades.

Carol Spieker
@carolspieker | facebook.com/carol.spieker.1

Arte na Cuca integra o Festival União das Culturas

No dia 20 de novembro é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, para problematizar a questão e propor reflexão sobre o tema, a arte-educadora Celiane Neitsch, apresenta para escolas, Ong’s e espaços culturais, oficinas de arte que incluem roda de conversa pensando sobre os estereótipos da representação do negro e sua cultura nas aulas de arte.

A primeira ação acontece em parceria com o Festival União das Culturas, promovido pelo Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville. Domingo, 20 de outubro às 11h a educadora do Arte na Cuca, trás ao público do festiva a oficina ““Bonecas Abayomi: alegria e resistência negra”.

“Todos os dias são da consciência  negra, indígena, da luta contra a homofobia, entre outras tantas bandeiras levantadas a favor da diversidade.” Celiane Neitsch

Sobre a oficina no Festival União das Culturas

A oficina trás a boneca “Abayomi”, feita de tecido e nós, com o intuito de propor um momento de conversa a respeito da resitência negra durante os mais de trezentos anos de escravidão no Brasil.  Os vestígios que ela deixou são catastróficos, principalmente tratando-se do preconceito de cor, religião e expressão cultural.

Abayomi

Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. (shorturl.at/hjlqZ).

Quando? 20 de outubro. Horário: 11h
Quanto? Gratuito.
Onde? Festival União das Culturas. R. Das Palmeiras – Centro. Joinville/SC.

O educativo nas instituições de arte de Joinville

Qual a visibilidade que os museus e instituições culturais de Joinville dedicam ao seu educativo?

O título tem o intuito de ser provocativo.

Você já se perguntou qual a função dos museus e instituições culturais no mundo contemporâneo em que vivemo? Ser expectador ou “participador” do processo ?

São tantas as perguntas e questões que nos inquietam quando o assunto é o educativo e a mediação cultural…Mas qual é o seu papel dentro das instituições culturais? Será que o educativo é algo pensado exclusivamente para atender escolas e crianças?

Afinal de contas, o que é mediação cultural?

A mediação cultural é um meio utilizado para ampliar o repertório e a compreensão do público que se dispõe a observar ou participar dos encontros com a subjetividade da arte. São muitas as formas de compreender a mediação cultural em exposições de arte, estando presente por meio da curadoria, dos textos críticos, do material de divulgação, da exposição propriamente dita e, principalmente, por meio do educador do museu. A função do educador é comunicar, fazer observações e leituras de ordem semiótica referente às obras em questão, levando em conta o repertório daquele que está sendo mediado e instigando-o a encontrar seu próprio caminho, o seu jeito de se relacionar com a mostra.

Para isso aquele que media, necessita adquirir conhecimentos específicos a respeito da obra, do contexto histórico e cultural em que ela foi produzida e que está inserida, bem como do processo criativo do artista.

Além do preparo e do repertório do mediador cultural, este também precisa levar em conta de que é pela interação com o público que a mediação acontece. Não se pode limitá-la aos roteiros pré-estabelecidos pelas instituições, pois, mediar é mais que uma apresentação e reprodução de conceitos e informações, é um encontro de ideias, uma construção e amadurecimento constantes, um pensamento de ordem coletiva e singular, visto que cada pessoa aprende e interpreta o mundo a sua maneira. Por público mediado, pressupõem-se aqueles que desejam e estão abertos a tentar encontrar formas diferentes de se relacionar com a arte, observando pontos fundamentais ressaltados pelo mediador, que ao primeiro olhar, poderiam não ser percebidos. A mediação cultural acontece quando existe o desprendimento em permitir-se olhar de outra maneira, fazer um segundo olhar para arte e para a vida. O mediador cultural e o observador/participador tem que estar dispostos a compartilhar conhecimentos, a dialogar e a trocar experiências. Não há possibilidade de dar início à mediação cultural sem o entendimento entre aquele que media (e também recebe) e aquele que recebe (e também media) sendo então todos os envolvidos, também protagonistas da ação.

Entende-se que, a mediação cultural só acontece se ambos (mediador e “participador”) estiverem dispostos a compartilhar suas impressões, informações e conhecimentos de mundo, caso contrário, torna-se nada mais que uma espécie de aula expositiva, pouco ou nada significante para o visitante, já que as informações serão de certa forma, “despejadas” sobre ele, que na maioria das vezes, sentirá dificuldades quanto a assimilação dos conteúdos por não estar familiarizado com determinados conceitos e também com o que vê. É quando surgem às interpretações superficiais ou quase inexistentes que contribuem para perpetuar a anestesia, sentimento que está presente em nosso dia a dia e em grande parte da população, que por diversos motivos, pouco se relaciona com a arte na sua essência.

(Fragmentos de textos retirados do Trabalho de Conclusão de Curso “MUSEU DE ARTE DE JOINVILLE E MUSEU CASA FRITZ ALT: O PAPEL DO MEDIADOR CULTURAL E DA ARTE-EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE” – Celiane Neitsch).

Com base no texto, compreendemos que a mediação cultural e o educativo são fundamentais no processo de educação e de “transformação” do olhar e que os mesmos não são exclusividade do público escolar ou infantil. Se é de interesse das instituições,  o aumento crescente do público, se faz necessário dar condições e oferecer atrativos (e não apenas atrações), para que a população tenha opções que vão para além da visitação.

Em Joinville, alguns espaços oferecem a opção de visita comentada (em outras publicações, falaremos do termo “monitor”), mas consideramos que os projetos culturais  incluam a participação dos visitantes, é de grande importância e contribui ainda mais para o desenvolvimento estético daqueles que estão em contato com as obras ou objetos de valor cultural. Outra questão muito pertinente, diz respeito a um determinado público que merece atenção especial e que precisa desesperadamente que as esquipes os incluam em sua programação: O público de pessoas com deficiência.

Pensar e debater políticas públicas que proporcionem o acesso a cultura e educação da pessoa com deficiência, também é essencial para o desenvolvimento cultural da cidade e é a realização efetiva de direitos adquiridos. Proporcionar acesso a cultura e a arte para todos, independente de sua condição, minimizando as diferenças e as injustiças sociais é um dever de todos os cidadãos, mas acredito que em especial, daqueles que escolheram como vocação, amor e profissão a arte e também a educação.

Um exemplo de equipe educativa e projetos de sucesso, é o “Museu Arqueológico de Sambaqui”, que conta com profissionais especializados, atendimento de referência, além de proporcionar experiências significativas as seus visitantes e contar com material pedagógico disponível para as escolas.

Esperamos e acreditamos em um futuros em que todas as instituições da cidade busquem oferecer, qualificar, valorizar e a cima de tudo, ter a consciência dos benefícios e necessidade de manterem as equipes de educadores, fazendo de suas mostras culturais, muito mais que um evento, e sim um local que faz a diferença e contribui com o avanço e fortalecimento do setor cultural e da educação não formal.

Diretores, educadores, curadores, artistas e demais envolvidos, vamos pensar juntos o educativo, a acessibilidade e a inclusão para fortalecer cada vez mais a arte de nossa querida Joinville!